Um governo consegue classificá-lo como Património Mundial da UNESCO, e manda fazer um Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território (de carácter estratégico), outro classifica o vale do Douro como “zona de excepcional aptidão e vocação turística” e manda fazer um Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro (um Plano Estratégico), o outro a seguir, ao fim de quase um ano de o Plano estar pronto, aprova-o e cria um grupo de trabalho para coordenar as intervenções previstas, agora, passado um ano e meio, foi criada a Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro para dinamizar acções para o desenvolvimento integrado da Região do Douro e entretanto o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto lança o concurso para um (mais um) plano estratégico para a Região Demarcada do Douro.
O que é certo é que o desenvolvimento da Região do Douro continua a ser inferior ao da média nacional e ao da Região do Norte e, sobretudo não é comparável com as de outras regiões vinhateiras da Europa, da América e da Austrália: zonas ricas onde quem aí vive e trabalha se pode orgulhar de alcançar rendimentos superiores à média nacional.
E entretanto a paisagem de socalcos vai sendo destruída a favor da mecanização da produção vitivinícola, pondo em risco a classificação como Património Mundial, e o desleixo com o ambiente, que vai desde ETARs mal dimensionadas ou mal localizadas até aos persistentes vazadouros de sucata, põe em risco o sector dito estratégico para o desenvolvimento da região: o Turismo.
“Doiro, rio e região, é talvez a realidade mais séria que temos.” dizia Miguel Torga no seu livro “Portugal”.
Tão séria que deve ser por isso que nada acontece...
1 comentário:
Andei por aqui este fim de semana. "Brevemente" hei-de pôr aqui umas fotos e um mini roteiro do Douro Sul
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