26 outubro 2006

A (história da) Navegabilidade do Douro (2)

O cachão da Valeira
A primeira grande obra de navegabilidade do Douro foi, entre 1780 e 1791, a demolição do Cachão da Valeira, uma cascata com 7 metros de altura, numa garganta rochosa do rio, que era intransponível pela navegação.

As primeiras tentativas de destruir o cachão foram em 1530. Depois, nos séc. XVII e XVIII, nos reinados de D. Pedro II e D. João V, fizeram-se vários estudos para a demolição. E em 1779, a Companhia Geral da Agricultura e Vinhas do Alto Douro recebe autorização de D. Maria I para cobrar impostos sobre o vinho, aguardente e vinagre transportados pelo rio Douro, desde que fossem aplicados em obras para a navegabilidade do rio. A demolição do Cachão e o alargamento do rio, foram feitos com mais de 4300 tiros dados debaixo de água.
Em 1789, os primeiros barcos começaram a subir e a descer o rio com segurança e em 1791, a obra foi dada como concluída.
A partir daí o Douro tornou-se navegável até Barca d'Alva, o que permitiu a expansão das vinhas no Douro Superior até à fronteira espanhola. Mesmo assim, foi aqui que 70 anos depois da demolição do cachão, morreu afogado o Barão de Forrester, que conhecia bem todos os “pontos” complicados do rio.
Conta a história que no mesmo barco ia também a D. Adelaide Ferreira, a “Ferreirinha” (aquela da casa do Vesúvio que o Nautilus mostrou no outro dia), e que só não se afogou porque usava saias de balão que a mantiveram a flutuar.

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