27 janeiro 2019

Namíbia - Costa dos Esqueletos

Saímos bastante cedo de Swakopmund; nessa noite iríamos dormir no lodge de Cape Cross mas, dado que as distâncias são relativamente pequenas, decidimos subir um pouco mais para Norte e passarmos a manhã a visitar o início do Parque Nacional da Costa dos Esqueletos.
Conhecida pelo povo Bushmen como a terra que Deus fez com raiva, a Costa dos Esqueletos não é mais do que uma enorme extensão de milhares de milhas de um deserto de areia que acompanha a costa, polvilhado de embarcações naufragadas.
Umas mais inteiras, outras somente vestígios... nesta, por exemplo, os corvos marinhos decidiram e bem, tomar conta dela.
O Oceano Atlântico por aqui é francamente agreste e imensas embarcações acabaram por se dar mal ao percorrerem estas águas. O vento forte foi uma constante enquanto por lá estivemos.
Eram tantos os naufrágios e as embarcações abandonadas que as autoridades, em 1971,  acabaram por tornar esta imensa área, que vai até à foz do rio Cunene, junto à fronteira com Angola, num parque nacional.
É de uma beleza incrível, verdadeiramente selvagem, que dificilmente poderemos vislumbrar noutro local; somente a parte Sul está acessível, já que o Norte do parque só é possível visitar em safaris organizados para o efeito.
São 16.845 quilómetros quadrados de uma extrema aridez que, no entanto, acaba por ter imensos nevoeiros, devido à passagem junto à costa da corrente fria de Benguela. O ferro, por aqui, continua a misturar-se com a areia, dando-nos o privilégio de poder contemplar estas magníficas tonalidades.

20 janeiro 2019

Namíbia - Swakopmund

Swakopmund é a segunda cidade mais populosa da Namíbia, com cerca de 40.000 habitantes. Fica situada na costa e, juntamente com Walvis Bay, é uma estância balnear bastante popular. 

Foi fundada em 1892 por imigrantes alemães; para além de muito bonita, é um dos exemplos mais bem preservados da arquitectura colonial alemã no mundo.
Uma minoria considerável da população tem raízes germânicas, falando entre si em língua alemã.
As origens mais antigas desta comunidade são efectivamente honradas, ao ponto dos mortos alemães das duas grandes guerras serem lembrados num memorial construído para o efeito e que se manteve intacto, mesmo após a independência da Namíbia, em 1990.
Como em todo o lado, os portugueses marcam presença; desta feita, um compatriota radicado neste país desde 1975, após ter fugido de Moçambique, no rescaldo do processo de independência.
Nota-se por todo o lado um esforço notável para preservar o património arquitectónico, como por exemplo neste antigo hospital, inaugurado em 1902, que acabou convertido em hotel. 
Até 1915, foi o principal porto de mar do Sudoeste Africano Alemão. Actualmente, é um dos locais preferidos de muitos habitantes de Windhoek para passarem as suas férias de Verão, existindo um cordão de casas de veraneio junto às praias. 
Os sinais de trânsito por estas paragens são, em muitos casos, bastante diferentes dos que habitualmente vemos nas nossas estradas; aqui, alerta-se para a presença de galinhas do mato.
Umas dezenas de metros depois, um pouco mais à frente, lá estavam elas...

13 janeiro 2019

Simon's Town


Os navegadores históricos e os primeiros colonizadores da Cidade do Cabo concluíram que a baía da cidade era demasiado desabrigada e encontraram uma alternativa em False Bay, do lado Nascente da península do Cabo.

Apesar do vendaval, Simon's Town tornou-se assim uma cidade e base naval das mais antigas da África do Sul, onde navios da marinha convivem com embarcações de recreio.

A cidade é quase só uma rua, com edifícios muito interessantes, que só muito raramente "atravessam" a rua para o lado do mar

e muitos deles são hotéis ou casas de turismo de habitação.

Os restaurantes de peixe também são bastante procurados e ainda existe um Museu Naval e o Warrior Toy Museum que é resultado de uma coleção de brinquedos reunida ao longo de 60 anos.

Mas o grande atractivo de Simon's Town são os pinguins de Boulder's Beach (boulders são estes rochedos arredondados) que mostrarei noutro dia.

06 janeiro 2019

Um passeio na Bretanha: Dinan


Indo então ao 33 do mapa, Dinan é uma vila do interior, a Sul de Saint Malo, que tem que fazer parte de um roteiro da Bretanha.
Tinha passado por lá em 99: quando fui a Brest buscar um barco e andei a passear de comboio pela Bretanha (já contei algumas histórias por aqui), reparei que o comboio (entre Saint-Malo e Brest) passava por Dinan e que conseguia um intervalo de pouco mais de uma hora entre dois comboios o que teria que chegar para eu visitar a vila. O tempo estava todo muito bem contado: em Saint Malo saí a voar do ferry que me trazia de Guernesey para apanhar o comboio. Chegada a Dinan, como já nessa altura já não havia cacifos nas estações, tive que convencer o chefe da estação para poder deixar com ele a mochila e corri em direcção ao viaduto que passa por cima da Rance e de onde tirei a foto acima. Do viaduto corri até ao rio, percorri os cais e as ruas antigas, voltei "a correr" até à zona da estação (o que não era fácil dado ser tudo a subir, aliás com a mochila teria sido impensável), encontrei uma crêperie onde pedi uma "gallette de blé noir aux lardons" e só quando já tinha comido metade da gallette é que concluí que ainda tinha meia hora até ao comboio seguinte e desacelerei…


Desta vez pude visitar Dinan com a calma que merecia, começando logo por estacionar o carro num parque relativamente próximo da "ponte velha".

Houve tempo para visitar os cais,

admirar as pitorescas casas,

as ruelas estreitinhas

e por vezes bem inclinadas,

e ainda para saborear um delicioso (na realidade meio) "kouign amann" (e dos pequeninos ;) ).