31 dezembro 2019

Victoria & Alfred Waterfront (3)


As mais espectaculares recuperações serão as dos antigos silos. Os primeiros e mais pequenos foram convertidos em sedes de grandes empresas, mas interessava que o então edifício mais alto da cidade do Cabo tivesse uma utilização diferenciada, que foi debatida durante vários anos. Acabaram por se juntar a intenção de criar um museu de arte com significado cívico com a vontade de Jochen Zeitz em construir uma colecção, de classe mundial, de arte contemporânea de África e da sua diáspora e assim nasceu o Zeitz MOCAA.

O projecto foi entregue ao Heatherwick Studio, com o encargo de transformar 42 tubos de betão com 33 metros de altura e 5,5 m de diâmetro num espaço que não só mantivesse as características do projecto industrial inicial mas que assegurasse também uma vasta área para albergar um espaço de exposições com a qualidade pretendida.

Não visitei as exposições, mas o trabalho de adaptação parece estar muito bem conseguido.

Mais informação sobre o museu e as suas exposições pode ser consultada aqui.

Outra recuperação de silos deu origem ao hotel Radisson Red onde souberam também manter um carácter "industrial", utilizando chapas metálicas

e jogando com o contraste entre as paredes de betão e fachadas envidraçadas sempre recorrendo a estruturas metálicas.

Para me "despedir" da cidade do Cabo falta ainda um engraçado museu, o Museu Marítimo, mas sobre esse falarei em 2020.

29 dezembro 2019

Victoria & Alfred Waterfront (2)


Mas não foram só os armazéns do Victoria Wharf a serem recuperados: todos os edifícios à volta das docas têm novas funções, lojas, hotéis, restaurantes, museus, e ainda grandes espaços para venda de produtos de gastronomia e de artesanato, como nas fotografias acima e abaixo,

ou até para alojar o Aquário dos 2 Oceanos.

Há também alguns contrastes como o desta velha torre com a moderna roda gigante,

ou o edifício envidraçado que mostra o barco de socorros a náufragos,

e ainda uma ponta levadiça que dá acesso a uma outra bacia interior e que não consegui perceber se era moderna ou recuperada.

E depois há outras "recuperações" como as que deram origem a estes engraçados animais

que "pastavam" em frente a uma loja de antiguidades e curiosidades.

27 dezembro 2019

Victoria & Alfred Waterfront (1)

(clique na foto para ampliar)

A "waterfront" de Victoria & Alfred corresponde ao que foi feito nas grandes cidades portuárias europeias (excepto Lisboa), em que o porto saiu da cidade e libertou uma grande área de cais e bacias portuárias para utilizações mais lúdicas. Esta zona corresponde a uma parte do local onde foi instalada a cidade do Cabo (o jardim dos vegetais está bastante perto): em 1654, dois anos depois da sua chegada, Jan van Riebeeck, construiu um pequeno cais que iria complementar a "estação de abastecimentos" do Cabo e foi à volta deste "porto" que foi crescendo a actual cidade. Em 1858, um conjunto de tempestades afundou mais de 30 navios pelo que foi necessário construir um quebra-mar que abrigasse os navios durante todo o ano. Esta obra foi iniciada pelo príncipe Alfred, o segundo filho da rainha Victoria.
Com a descoberta de ouro e diamantes na África do Sul, a doca de Alfred tornou-se insuficiente e foi construída a doca de Victoria, terminada em 1920.
A partir de 1938 foi criada uma nova doca e construídos grandes aterros (230 ha) para a expansão da cidade. Com a construção de um novo porto, no lado Norte da cidade, foi fundada, em 1988, uma companhia, a Victoria and Alfred Waterfront (Pty) Ltd (“V&AW”) com o objectivo de reabilitar a envolvente das docas de Victoria e de Alfred dando origem a zonas de usos mistos com foco no desenvolvimento do comércio, do turismo e de áreas residenciais, mantendo a função portuária nas duas bacias.

A doca de Victoria (na foto acima) é agora a bacia portuária mais movimentada, albergando desde embarcações marítimo-turísticas a cábreas e outras embarcações de serviço do porto, enquanto que a doca de Alfred (fotos abaixo), mais interior, é o local de estacionamento de embarcações de luxo,

mas também do porto de pesca, ladeado pelos antigos silos agora transformados em hotéis e num espantoso Museu de Arte Contemporânea de que falarei mais tarde.

Os antigos armazéns do cais Victoria deram lugar a um enorme centro comercial, o Victoria Wharf Mall,

com uma recuperação bastante agradável, com largos corredores e lojas de todo o tipo

e a fachada virada para a bacia portuária ocupada por restaurantes onde a dificuldade está na escolha...

Sobre outras recuperações "falarei" mais tarde mas podem ir sabendo mais sobre a V&A Waterfront aqui.

23 dezembro 2019

21 dezembro 2019

Um passeio na Reserva Especial de Maputo (3)


Por fim começámos a ver o mar e chegámos à praia perto da ponta Milibangalala onde há um parque de campismo e está um lodge em construção.

Ao longe via-se a ponta Chemucane onde está o Anvil Bay

Procurámos uma sombra perto da praia para almoçarmos, um piquenique bastante composto ;)

E depois era hora de regressarmos: ainda não tínhamos visto os elefantes e eu ainda ia ter que fazer quase 300 km antes de anoitecer…
Fomos espreitar mais um lago,


e já no caminho de regresso lá demos com uma pequena manada de elefantes

que se mostraram bastante curiosos!

Gostei de visitar a reserva. E estando assim, pertinho de Maputo, hei-de voltar...

19 dezembro 2019

Um passeio na Reserva Especial de Maputo (2)


Depois da lagoa Xingute o objectivo era chegar ao miradouro dos changos (clique para (re)ver o mapa) mas passámos primeiro por uma das grandes planícies onde pastavam dezenas de zebras e alguns changos.

Numa encosta próxima estavam inhacosos (fêmeas). Às tantas até já conhecia algumas dado que parte do repovoamento veio da Gorongosa.

À medida que subíamos íamos conseguindo ver a planície aluvial do rio Maputo,

e também algumas manadas de bois-cavalos.

No miradouro fizemos uma pequena paragem para uma merenda, afinal já tínhamos saído há umas horas, e depois começámos o percurso em direcção ao mar.

Pelo caminho ainda encontrámos um inhala macho

(continua)

17 dezembro 2019

Um passeio na Reserva Especial de Maputo (1)


Tinha passado por lá em 2001, a caminho da Ponta do Ouro, mas nessa altura quase que só era reserva no nome. Nem estrada havia, só uma picada na maior parte do caminho da qual não se podia sair porque ainda haveria minas por identificar.
Mas já há uns anos que se ouvia dizer que havia bastantes elefantes, que os antílopes estavam a aumentar e por isso por várias vezes pensei que gostaria de lá ir. Em 2014 cheguei a investigar quanto custaria fazer um safari que permitisse dormir por lá, o que teria que ser em tendas porque não havia qualquer alojamento. Entretanto já fizeram um ecolodge, o Anvil Bay, gerido em parceria com a comunidade de Chemucane, mas o preço é um bocado "pesado".
Desta vez disse a uma pessoa amiga, que mora em Maputo, que queria muito ir lá num dos fins de semana que tinha livres. Cheguei à conclusão que havia mais quem quisesse ir e que havia a hipótese de irmos com um dos melhores guias de Moçambique, num jipe aberto com um banco alto preparado para a caça, ou seja excelente para ver os animais.
Preparámos um piquenique e como a reserva abre às 6h, saímos de Maputo pouco depois das 5h e atravessámos a nova ponte em direcção a Sul.
A picada que dá acesso à "porta de Futi", a entrada da reserva mais perto de Maputo, não é muito visível pelo que não demos logo com ela. O que foi bom porque andavam umas girafas a passear pela estrada.


Na porta pagámos as taxas, (quase) todas diferentes, e entrámos na reserva. Logo a seguir demos com umas manadas bastante grandes de impalas (curioso foi ter sido a única zona onde vimos impalas).

A paisagem ia variando entre floresta, nas zonas mais altas,

e planícies.

De onde em onde víamos uma placa a avisar que poderíamos encontrar elefantes.
Numa das zonas mais arborizadas demos com um grupo de inhalas, esta era bastante curiosa, aliás muitos dos animais, tirando os mais esquivos "cabritos do mato", não se assustavam com a nossa passagem, talvez por estarem habituados a ver passar um grande número de jipes, na sua maioria sul africanos em direcção às diversas praias.

Fomos espreitar um dos vários lagos salgados, onde diversas aves conviviam com crocodilos.

Ao longe estava um grupo de hipopótamos.

(continua)

14 dezembro 2019

Reserva Especial de Maputo


Também conhecida como "reserva dos elefantes" porque foi criada, em 1932, para proteger os "elefantes costeiros", a REM está a cerca de 1 hora da cidade de Maputo e pode ser já considerada como uma "joiazinha" da conservação.

(clique para ampliar)
A paisagem é muito variada, incluindo floresta,

lagos salgados,

praias e dunas costeiras,

planícies onde pastam dezenas de antílopes,

tal como nalgumas encostas verdejantes,

e claro, os elefantes!

alguns deles bem grandes.