29 julho 2020

Os teixos do vale glaciar


Na zona mais alta do vale glaciar do Zêzere, já a jusante do Covão da Ametade, existe um outro pequeno bosque onde "reinam" dois velhos amigos, dois magníficos teixos.

O local é francamente bonito, dando a ideia de que a qualquer momento pode aparecer uma fada (ou um elfo) mais distraída.

O teixo (Taxus baccata) é uma árvore "antiga" que representava a ligação entre o céu e a terra e por isso era plantada junto às igrejas e cemitérios (também porque sendo uma árvore muito tóxica impedia que os rebanhos se aproximassem desses locais). Esta árvore era utilizada para fazer arcos e flechas, sendo as pontas das flechas e das lanças embebidas com a sua seiva muito tóxica. No entanto a seiva é também utilizada para fins medicinais.
As bagas vermelhas, apesar de também serem tóxicas, são muito apreciadas pelas aves.

Embora o seu estatuto de conservação, na lista vermelha das árvores, seja "pouco preocupante", em Portugal a sua ocorrência está praticamente limitada à Peneda-Gerês e à Serra da Estrela, existindo ainda alguns exemplares na Madeira e nos Açores. Na Serra da Estrela a espécie ficou ainda mais ameaçada devido aos incêndios de 2005. Depois disso houve um projecto para replantação de teixos, a partir de sementes recolhidas na Serra da Estrela e que foram desenvolvidas nos viveiros da Malcata, mas não consegui perceber onde terão sido plantados.

O que é certo é que estas velhas árvores (não sei que idade terão mas um teixo pode viver cerca de 2 mil anos) merecem a visita.

13 julho 2020

No Covão d'Ametade


É verdade que estive lá já há algumas semanas, e provavelmente já não estará tão verdinho,

mas certamente que será ainda um local bem agradável face às temperaturas que tomaram conta do país.

E os reflexos são sempre uma maravilha.

Em particular quando se vê o céu na água

Também é bonito ver o céu através das folhagens das bétulas que dominam o local,

ou as encostas de onde correm as águas que dão origem ao Zêzere,

de onde se destaca o "cântaro gordo".

05 julho 2020

De regresso aos Bijagós (4º dia: "disputas" de abutres)


Quando nos instalámos para almoçar, ainda pudemos assistir a uma cena engraçada no areal: um enorme peixe estava a servir de almoço de três abutres-de-capuz (Necrosyrtes monachus).
Pouco depois chegam mais uns quantos e foi giro poder apanhar dois deles à luta no ar.


Entretanto apareceu também um abutre-das-palmeiras (Gypohierax angolensis) para pôr ordem no assunto.

O que é certo é que conseguiu ir-se aproximando

e pouco depois estava também a alimentar-se do peixe!

E nós terminámos de almoçar e era hora de partir em direcção à ilha de João Vieira. Apesar de chegarmos muito ao fim do dia ainda conseguimos ver o recinto para onde os guardas do Parque deslocam os ninhos das tartarugas, devidamente assinalados com a data da postura.