26 dezembro 2016

Entardecer

 Em Lisboa, junto ao Tejo,
 na marina da Expo...
(fotografia gentilmente cedida por MCSA)

23 dezembro 2016

19 dezembro 2016

Um passeio na Bretanha: de regresso a Saint Malo

Saint Malo é, para mim, uma das mais bonitas cidades da Bretanha. Já lá tinha estado uns dias quando fui ajudar a trazer um barco de Brest para Lisboa e aproveitei para passear pela Bretanha e dar um pulinho a Guernesey: é em Saint Malo que se apanham os ferries, como o da foto, com destino às chamadas "ilhas do Canal"...

Por isso, num passeio pela Bretanha, tinha que ser local de passagem obrigatório: o 31 do mapa.

Esta pequena cidade fortificada deve o seu nome a um monge galês Mac Low que, no século VI, foi nomeado bispo de Alet, o povoado fundado cerca de um século aC. No século XIV, Saint Malo alia-se ao rei de França, Charles VI, que lhes concede franquias portuárias e, no fim do século XV, é mesmo integrada no Reino de França, devido ao casamento de Anne, duquesa da Bretanha com o rei de França.

Ocupando um promontório rochoso, Saint Malo, a cidade dos corsários, ardeu parcialmente em 1661 e foi restaurada por Vauban e Garangeau tendo adquirido enorme prosperidade, nos séculos XVII e XVIII, graças aos seus navegadores e mercadores que negoceiam com as Índias, a China, África e as Américas.

Em 1944 a vila intramuros foi destruída na sua quase totalidade, tendo a restauração demorado cerca de 30 anos, tornando-se uma cidade amuralhada lindíssima, muito procurada pelos turistas, e um importante centro náutico.

Porque se deve ir a Saint Malo? Pela marginal protegida da erosão por uma curiosa defesa frontal feita de troncos de madeira que conseguem amortecer a força das ondas.

Pelas inúmeras ilhotas muitas delas fortificadas que a rodeiam e cujo aspecto muda radicalmente com a maré

(ver aqui mais fotografias do Fort National, o da foto de cima,
e aqui o efeito da maré nas ilhas de Grand Bé e no forte de Petit Bé, o da foto de baixo).

Outro forte muito engraçado é o de La Conchée (foto de baixo), também do sistema de defesa concebido por Vauban.

Vale a pena também passear pela cidade amuralhada, com os seus hotéis de charme,

a lindíssima peixaria localizada no centro de uma das praças

e ainda, claro, pelas excelentes galettes e crêpes acompanhadas de cidre brut.

A página do Office de Tourisme de Saint Malo tem bastante informação sobre a cidade e os seus atractivos turísticos.

12 dezembro 2016

Um passeio na Bretanha: o farol do cabo Fréhel

Há dias, quando recomendava a uma pessoa amiga que vai passar férias à Bretanha, a consulta deste pequeno "roteiro", apercebi-me que, apesar de este meu "passeio" já ter 15 artigos alusivos, ainda só vou no 4ª de 9 dias de passeio efectivo. Vou tentar ir publicando mais coisas brevemente...
E por hoje aqui fica o 30 do mapa.


O cabo Fréhel separa as baías de Saint-Brieuc e de Saint-Malo pelo que o seu farol tem uma importância relevante para a segurança da navegação nesta costa muito fustigada pelo vento.

Este farol, uma torre de pedra aparelhada centrada num edifício em forma de U, é o 4º farol do cabo Fréhel.

O primeiro "farol", aqui construído em 1650, incluía três chamas de sebo misturado com terebentina: tinha a função de vigilância para prevenir os ataques dos ingleses e simultaneamente sinalizar a costa durante a noite.

Em 1694, Vauban propõe a construção de uma torre para vigiar os ataques da frota inglesa e este farol, que começa a funcionar em 1702, é uma torre redonda com 3 andares iluminada a carvão de lenha. As despesas relacionadas com a manutenção e iluminação do farol são pagas por uma taxa cobrada aos navios que fazem escala entre o cabo Fréhel e Regnéville, já na Normandia. Em 1774, foi instalado um novo sistema de iluminação com reflectores simples e o combustível passa a ser uma mistura de óleo de peixe e óleo vegetal. Em 1821, os reflectores são substituídos por lâmpadas "de corrente de ar (lâmpadas d’Argand) com reflectores parabólicos.

Em setembro de 1844 inicia-se a construção de uma nova torre octogonal, com 22 m de altura e uma óptica de Fresnel e em 1860 é instalado um posto electro-semafórico. Em 1940, devido à sua localização estratégica, o farol de Fréhel foi rodeado de inúmeros elementos defensivos e de radares de vigilância aérea e marítima.

A 11 de Agosto de 1944, a torre foi destruída pelas tropas alemãs (mais uma nesta zona...) e é a torre de 1702 (que aparece também nas fotos) que serve de farol com uma luz provisória até 1950.

O farol actual começa a ser reconstruído em 1947, com características mais funcionais e é instalada uma luz eléctrica, em 1950. Actualmente o farol é controlado a partir de Saint-Malo e é um dos 5 faróis franceses mais potentes, com um alcance de 53 km.

(clique na foto para ampliar)
O edifício e a torre são visitáveis e a torre até tem elevador!!

Em 2011, o farol foi classificado como monumento histórico.
Mais sobre o farol aqui

O próprio cabo Fréhel merece também uma visita: as suas falésias rosadas dão abrigo a uma reserva ornitológica e está classificado como sítio da Rede Natura 2000 pela diversidade florística, em especial coloridas plantas de charneca (urzes, juncos, etc.).

Ao longe vê-se o forte La Latte, inicialmente forte da rocha Goyon, o nome de uma importante família da Bretanha, desde 937 até 1597, quando foi desmantelado devido a guerras internas. Entre 1690 e 1715 foi recuperado e integrado no sistema de defesa do litoral de Saint-Malo. No século XIX foi abandonado até ser classificado como monumento nacional em 1925 e restaurado em 1931.

Actualmente é o castelo mais visitado da Bretanha a seguir ao castelo dos duques em Nantes (mais em http://www.castlelalatte.com/).

01 dezembro 2016

1º de Dezembro de 1640

«...Os guardas são desarmados e o grupo assaltante espalha-se pelos corredores e aposentos. O ministro Miguel de Vasconcelos, traidor que espezinhava a Pátria, cai. E o povo, que se vai juntando no terreiro, atraído pela notícia do que se passa, aclama D. João IV, correspondendo aos vivas e gritos de liberdade que, das janelas do Paço, lhe lança D. Miguel de Almada...»

in História de Portugal II, Verbo Juvenil, Gris Impressores, 1966