29 julho 2019

Do rio Sungué ao lago Urema (3): os crocodilos


Eram realmente muitos. Aliás são um figurante mais ou menos constante nos planos de água maiorzinhos da Gorongosa. Os da foto de cima, talvez por não nos termos aproximado muito (e porque dentro de água estaria certamente mais frio), deixaram-se estar na margem mas o normal mesmo é irem rapidamente para a água mal se aproxima um carro ou, como neste caso, um barco.

O que é um bocado aborrecido porque não dá para muitas fotografias. Sobretudo se vamos de carro em que praticamente só os vemos de costas.

Neste caso ainda deu para apanhar este grandalhão com ar zangado e depois umas cabeças de crocodilo a flutuar.

As aves essas não acham graça nenhuma, sobretudo quando ainda estão a aprender a voar como estes jovens gansos do Egipto.

E às vezes dá asneira: não conseguimos confirmar mas pareceu mesmo que um crocodilo "ganhou".

O que vale é que "sobram" muitas aves mas essas mostrarei mais tarde...

20 julho 2019

Do rio Sungué ao lago Urema (2): os hipopótamos


Um dos objectivos era ver hipopótamos. Com tanta água eles têm muitos sítios onde se entreter, os acessos aos rios estão dificultados e por isso estão pouco visíveis para os turistas. Ou seja, só de barco ;)
À medida que nos aproximávamos do lago Urema eles iam aparecendo, uma cabeça aqui, outra ali, cada vez mais perto...


Às tantas vimos um fora de água, o que dizem que não é normal durante o dia mas eu já vi mais do que uma vez.

Mas afinal não era só um, eram vários, um dos quais ainda pequeno.

E depois um dos guias faz-nos sinal. Tínhamos chegado à "casa" deles. Ainda começámos a contar mas eram mesmo muitas cabeçorras ou apenas os olhinhos a espreitar na nossa direcção. Talvez tantos como os que tinha visto há uns anos.

Aquele que estava mais perto não gostou e resolveu perseguir-nos. Como estava na hora de regressarmos (afinal eu tinha um transfer para apanhar) já estávamos a afastar-nos deles mas este ainda nos seguiu durante algum tempo.

E fomos contar crocodilos...

14 julho 2019

Do rio Sungué ao lago Urema (1): um passeio de barco na Gorongosa


Há anos (desde o meu regresso à Gorongosa em 2008) que queria fazer este passeio. Sabia que só seria possível em Abril ou Maio quando o rio Sungué estivesse com água suficiente para permitir a entrada das embarcações. Mas o tempo foi passando e havia sempre qualquer coisa que não permitia o passeio: em 2010 havia água mais, em 2014 não havia operador, em 2018 não havia barco, seria em 2019?
Na realidade parecia que não: a minha ida ao Parque em Abril foi cancelada por causa do ciclone Idai (e também se tivesse ido nessa altura haveria água a mais); quando consegui ir no final de Maio começaram por dizer que o barco dos passeios estava avariado (mas entretanto tinham a hipótese de usar o barco do rio Pungué), depois não havia mais turistas que quisessem ir… Por fim, um dos turistas, que inicialmente não estava muito interessado (vinha do Delta do Okavango), lá se deixou convencer mas já só daria para ir no dia em que me vinha embora... Expliquei na recepção que o transfer para a Beira só podia sair às 11h ;) , e como felizmente o motorista não tinha que regressar à Gorongosa e assim até podia ir dormir a casa, o passeio ficou finalmente!! marcado.
Às 5h30 da manhã estávamos de saída com o barco a reboque e cerca de meia hora depois estavam a pô-lo na água o que não foi tarefa fácil.


Mais peripécia menos peripécia (aqueles carros têm mesmo boa capacidade de tracção) e finalmente estávamos a navegar. Objectivo: chegar à confluência do rio Sungué com o lago Urema, que se via lá ao fundo (tal como aparece na foto abaixo) e tentar ver hipopótamos (e tudo o mais que tivéssemos a sorte de encontrar pelo caminho).

O dia estava um bocado farrusco o que teve algumas vantagens: não iria estar muito calor e, quando o sol furava as nuvens, a paisagem ficava banhada por uma luz fabulosa.

Era lindo ver as margens e as árvores ao longe

reflectidas na água e na ligeira bruma que se formava sobre o lago quando o sol aquecia um pouco.

E sobretudo ver os animais a beber no rio sem saberem bem se deviam fugir daquele veículo barulhento...

(continua…)

01 julho 2019

Namíbia - Opuwo / Kunene


Na manhã seguinte fizemo-nos novamente à estrada, em direcção ao Noroeste do país; pelo caminho ainda parámos uma ou duas vezes para apreciar estes majestosos "ninhos" de térmitas, bastante mais altos que qualquer um de nós. 
Já passava um pouco da hora de almoço quando chegámos ao Uukwaluudhi Safari Lodge e, junto a uma magnífica e convidativa piscina, esta era a paisagem... uma enorme planície com capim, muito amarelo, a perder de vista.
Antes da independência e enquanto protectorado sul-africano, este local foi um dos eleitos para o treino das tropas de elite sul-africanas; os vestígios desses tempos ainda vão sendo visíveis... a relativa proximidade com a fronteira angolana não deve ser alheia a este facto, já que o exército sul-africano fez inúmeras incursões no território do seu vizinho do Norte, aquando da guerra civil naquele país.
No entanto, hoje em dia, graças a uma paz duradoura e ao empenho dos empresários turísticos locais, a fauna voltou... para além dos animais habituais nestas grandes savanas, estes dois chamaram-nos a atenção.
O corolário deste dia foi um magnífico pôr-do-Sol... sentados em cadeiras de lona, a bebericar gin tónico e a apreciar alguns petiscos locais como acompanhamento. Inesquecível!
Na manhã seguinte, ainda tivemos oportunidade de passar junto a uma aldeia  do povo Himba que, até à fronteira Norte, povoa aqui e ali o território.  Migraram de Angola para a Namíbia há algumas centenas de anos, em busca de solos mais férteis para o seu gado. Uma das suas características mais conhecidas é o tom avermelhado da pele e dos cabelos das mulheres. A razão para isto é a utilização de Otjize, que não é mais do que uma pasta constituída por manteiga, gordura e ocre encarnado, por vezes perfumado com rezina aromatizada e que é aplicada duas vezes por dia nas tranças - verdadeiras obras de arte - e no corpo.