22 maio 2020

De regresso aos Bijagós (4º dia: os habitantes do mangal)


Uma boa forma de assinalar o dia internacional da Biodiversidade é trazer para aqui (alguns d)os habitantes do mangal do rio Canecapane.
Um dos mais interessantes, talvez porque inesperado, é esta águia (afinal a Guiné-Bissau é o paraíso dos abutres e, quando muito, das águias pesqueiras) que me parece ser uma águia calçada (Hieraaetus pennatus), das que aparecem por cá no Verão.
Outro também insólito é o crocodilo, vimos vários mas, como têm o mesmo comportamento dos do continente, mal nos sentem aproximar entram na água e aqui era quase de mergulho.


E depois claro, muitas outras aves de que só deixo aqui alguns registos mais simbólicos como o da Ibis sagrada (Threskiornis aethiopicus),

o desta garça dos recifes, ou garça negra (Egretta gularis) com as suas cómicas patas amarelas

e o da águia pesqueira africana (Haliaeetus vocifer), que neste caso era mesmo e não um abutre das palmeiras com o qual é muitas vezes confundida.

E obviamente, num sítio destes, os peixes, que só aparecem indirectamente representados nesta armadilha, colocada pelos pescadores de Uite, para os apanhar na vasante.

Os pescadores claro que não podiam faltar porque fazem também parte da biodiversidade do arquipélago dos Bijagós.

Pois, eu sei que faltam os abutres, mas para eles ainda era cedo e como percebemos (e mostrarei) mais tarde estavam bastante entretidos com os restos das pescarias.

17 maio 2020

De regresso aos Bijagós (4º dia: o mangal do rio Canecapane)


De manhã (relativamente) cedo, para aproveitar a maré, fomos, de lancha, visitar o "rio" Canecapane.

O "rio" vai fazendo meandros entre ilhas, ilhotas e bancos de areia,



mas o mais bonito são os mangais que delimitam as suas margens.

Mostrando outros braços de mar como o de cima, ou deixando entrever, como em baixo, pequenos canais provavelmente abertos pelas canoas da aldeia de Uite, estes mangais são uma visita a não perder.

É engraçado ver a marca da maré, muito direitinha, deixando à mostra as raízes aéreas,

e quando nos aproximamos mais é possível ver alguns dos habitantes dos mangais, neste caso as ostras que escolhem aquelas raízes para se agarrarem.

Dos outros falarei mais tarde...

10 maio 2020

De regresso aos Bijagós (3º dia: a chegada a Orangosinho)


Saímos da baía de Ancutum, em Canhambaque, em direcção à ilha de Orangosinho onde iríamos pernoitar no "rio" Canecapane.

Orangosinho era uma estreia dado que em 2016 não tínhamos passado por lá. O rio Canecapane, que na realidade é um braço de mar que dá acesso à aldeia de Uite, é lindíssimo com as suas margens revestidas de um imenso mangal.

Na realidade as fotos conseguem mostrar as lindas cores do pôr do sol, mas não fazem jus à tranquilidade que ali existia sobretudo quando o motor do Africa Princess se "calou".

Como ainda por cima ali havia rede, a tripulação, entretida a pôr as chamadas em dia, não ligou logo a habitual música animada do fim de tarde e então só se ouvia o som das inúmeras aves que por ali andavam.

A determinada altura, já depois do sol posto, passou um barco de pesca, ou para uma pesca nocturna ou para esperar pela maré num local mais perto do mar.

E o dia acabou no meio daquela tranquilidade e a deixar antever o lindo passeio que iríamos fazer no dia seguinte para descobrir os mangais.