31 dezembro 2020

Nas margens do Sado

É sempre engraçado ver-se os efeitos das marés, e podem-se encontrar alguns flamingos, dos verdadeiros e dos metálicos. Também há un portinhos de pesca escondidos em braços do rio, onde uns barcos são bem preparados para irem para a faina e outros têm um aspecto insólito.

23 dezembro 2020

21 dezembro 2020

De regresso aos Bijagós (5º dia: a caminho do mar)

Levámos o balde até à zona de espraiado e largámos as tartaruguinhas. Que sabiam exactamente para onde se dirigir. Depois de as filmar em direcção ao mar larguei a máquina grande e saltei para o mar com a caixa estanque. Devia ter organizado a coisa um bocadinho melhor porque quando cheguei à água elas já iam longe. Ainda vimos alguns "picanços" de aves marinhas mas acho que desta vez não tiveram sorte. Pusemos a hipótese de ir procurar outro ninho para a minha reportagem aquática mas não quisemos interferir mais. E até porque tínhamos outro "salvamento" para fazer: ali perto, na zona de "não pesca" andava uma canoa a pairar. Fomos ver o que se passava e estavam sem motor. E já andavam à deriva há uns dias (uma das coisas estranhas destes mares é a generalidade das canoas não terem vela: com o vento que há sempre por ali seria um propulsor de recurso). Passámos-lhes um cabo para os rebocar e fomos chamando o Africa Princess para tentar que outra das lanchas os viesse buscar. Mas enquanto isso não acontecia fomos andando em direcção à ilha do Meio que seria o nosso destino seguinte. Mas com todas estas demoras, mais o facto de irmos contra o vento e as ondas, e como a outra lancha demorava a chegar, tivemos que desistir de ir a Meio e apenas contemplámos a ilha de longe. Entretanto chegou a lancha que levou o barquito até João Vieira, a única ilha habitada da zona e onde poderiam reparar o motor e/ou pedir ajuda, e nós fomos para bordo almoçar que a fome já era muita!

20 dezembro 2020

De regresso aos Bijagós (5º dia: finalmente as tartarugas!)

Quando chegámos à ilha sagrada de Poilão a maré estava bastante baixa. Do lado direito da "praia de desembarque" (perto do acampamento dos cientistas) via-se um bando grande de aves marinhas que tinham ali um ponto de interesse. Fomos espreitar, andavam à volta de umas poças de água, provavelmente cheias de peixes e outros "alimentos" que tinham ficado ali presos na descida da maré. Entre a praia e o acampamento estava um grande placard com informação sobre o zonamento do Parque e o que se pode e não pode fazer em cada zona. Fomos espreitar o acampamento que só eu é que conhecia, enquanto o Charlesmagne, o marinheiro que conhece muito bem a ilha e os hábitos das tartarugas, foi ver se encontrava algum ninho com tartaruguinhas prontas para ir para o mar. No acampamento é sempre interessante espreitar a colecção de ossadas de tartarugas e de outras espécies. E "cumprimentar" o poilão que "guarda" a floresta da ilha (os poilões de Poilão deram também uma boa história que contarei mais tarde). Terminada a visita ao acampamento fomos até ao outro lado da praia, onde o Charlesmagne nos chamava: tinha encontrado um ninho de tartaruguinhas! Que coisinhas mais lindas! a prepararem-se para enfrentar os grandes riscos que iam ter que enfrentar, e que começavam logo por ter que atravessar um areal imenso sob o olhar atento dos abutres das palmeiras e das aves marinhas que por ali andavem. Pelo menos estas iam ter uma ajuda na primeira parte do percurso: o Charlesmagne foi-as ajudando a sair e colocou-as num balde onde as iríamos transportar até à beira-mar. (continua)

13 dezembro 2020

De regresso aos Bijagós (5º dia: a volta à ilha)

No caminho para a tal ponta de facto vimos uns rastos de tartarugas. Uma parte da ilha virada ao mar tem uma boa praia de areia e provavelmente algumas "enganam-se" e vêm aqui parar.
Chegados à ponta o Cmte diz-nos que já chegámos a metade da ilha e por isso podíamos dar a volta...
Que passeio mais estúpido! a ilha é toda igual, do lado Nascente estava imenso vento e caminhar na areia é um bocado seca... Ainda por cima o Cmte queria acelerar o passeio, nem sei bem porquê porque às tantas dizia que ainda estava muito vento e não ia dar para ir a Poilão...
Por fim lá aparece a falésia de erosão que também existia na zona onde tínhamos deixado o barco. Parecia mesmo que estávamos a chegar...
Mas não, ainda havia um bom bocado de ilha a percorrer.
Até que por fim apareceu a vegetação de sapal junto das tais lagoas que não cheguei a ir espreitar. Porque finalmente conseguimos explicar ao Cmte que, com vento ou sem ele, nós queríamos ir a Poilão: afinal era um dos motivos da nossa ida aos Bijagós!
Ainda consegui fotografar umas árvores pejadas de garças e ibis, dar um mergulho na água quentinha enquanto os outros embarcavam e seguimos para Poilão. Quando à tarde voltámos para o Africa Princess (depois de ver as tartarugas!!!) aproveitei uma "luzinha" de net para ir ver o mapa de Cavalos: aquela ponta não era nada a meio da ilha, a 1/3, vá...

12 dezembro 2020

De regresso aos Bijagós (5º dia: ilha de Cavalos)

Este ia ser o "grande dia", o dia da visita a Poilão para tentar ver as tartarugas pequeninas.
O programa era um bocado "denso". Íamos primeiro a Cavalos, depois a Poilão e por fim tínhamos um piquenique na ilha do Meio. E ainda por cima estava aquele vendaval costumeiro das manhãs por isso a viagem até ilha de Poilão que está mais longe e desabrigada iria ser uma viagem "animada". Mas talvez baixasse o vento enquanto íamos a Cavalos.
Só que entretanto um dos elementos do grupo tinha ficado doente e ia ficar a bordo. O que ia complicar a logística. Como já tínhamos feito piquenique na praia acabámos por combinar que o almoço seria a bordo. Se desse tempo dávamos um pulo a Meio para uma breve visita.
Com tudo organizado rumámos a Cavalos, onde fomos recebidos por uma revoada da "passarada".
A ventania era mais que muita, o que me ia limitar a utilização da reflex. Mas a velhinha compacta com a caixa estanque poderia registar o mais interessante. Como o vento vinha do quadrante Leste, não íamos ter os "cavalos de vento", provavelmente os que deram o nome à ilha, embora haja quem diga que haveria mesmo cavalos (porcos havia...) mas seria bom para fotografar umas aves bonitas no lado do mar. Fomos andando devagarinho até ao local onde tinha fotografado os pelicanos dois anos antes. Desta vez não estavam lá, tinham levantado voo quando o barco chegou a terra, mas havia muitas aves interessantes: vários tipos de garças, ibis e mais umas aves marinhas que não sei identificar. Fiz o costume: ia fotografando à medida que me aproximava até levantarem voo. Dá sempre imagens diversificadas. A minha ideia era chegar ali e depois explorar as lagoas que se percebia que existiam entre a praia e a floresta. Mas o Cmte sugeriu que fôssemos até à ponta que se via mais à frente, até porque poderia haver, pelo menos, vestígios da passagem das tartarugas.
E lá fomos... (continua)

05 dezembro 2020

Barragem de Santa Luzia

A barragem de Santa Luzia localiza-se no rio Unhais, em Pampilhosa da Serra, e foi construída aproveitando uma imensa escarpa quartzítica. A albufeira, com cerca de 50 km2 recebe também água que vem, através de um túnel/canal com quase 7 km, da barragem do Alto Ceira. Curiosamente a tomada de água para produção de energia eléctrica localiza-se na margem esquerda, alguns kms a montante da barragem e daí é turbinada para o rio Zêzere. Mais perto da barragem (visível na foto) está a tomada de água para abastecimento. A barragem em si é também bastante bonita, com um segundo arco a fazer de contraforte e inúmeras escadarias no lado de jusante que fazem um efeito engraçado (junto da barragem também há uma "via ferrata", uma espécie de escada cravada na rocha que serve para escalada). A jusante da barragem vê-se o estreito caminho que o rio Unhais conseguiu abrir através das paredes rochosas para continuar o seu percurso em direcção ao Zêzere. Na albufeira existe uma praia fluvial dotada de piscina flutuante e onde se podem alugar canoas. A pesca na zona (albufeira, rio Unhais, rio Zêzere) é também uma actividade bastante procurada.

01 dezembro 2020

Hoje, é 1º de Dezembro!

Fotografia gentilmente cedida por SARNAR
Este ano, as comemorações oficiais estão bastante condicionadas; junto do Monumento aos Restauradores não há discursos, nem a habitual parada militar. Somente flores para homenagear os Conjurados e a Restauração da Independência de Portugal. 
Estátua equestre de D. João IV em Vila Viçosa

Mensagem do 1º Dezembro de 2020

S.A.R. o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança

Escrever a minha Mensagem do dia 1º de Dezembro numa ocasião tão difícil para os Portugueses implica uma especial responsabilidade. No entanto não posso deixar de afirmar a minha preocupação perante a situação portuguesa e a minha total solidariedade para com as tão numerosas vítimas de uma potencial situação de pobreza da qual não tiveram culpa. Todos quantos viram as suas actividades económicas encerradas pelas medidas sanitárias tomadas pelo Governo, são os que mais direito teriam a um apoio estatal, desde empresários a empregados.

O Estado não pode mandar para casa um país inteiro, sem garantir as atempadas condições económicas que permitam os portugueses e as suas empresas sobreviverem. Também merecem um apoio, o mais eficaz possível, todos os que têm enfrentado e combatido com coragem e abnegação as suas difíceis tarefas, como os profissionais de saúde, de áreas assistenciais, prestadores de serviços de alimentação e segurança.

Não podemos esquecer os empresários que diariamente lutam no terreno para manter o funcionamento das suas empresas e a economia do país, que somos todos nós. É nossa obrigação manifestar-lhes reconhecimento e gratidão.

Esta pandemia chegou a Portugal meses depois de serem conhecidos os efeitos na China, bem como em alguns países europeus. Numa fase inicial, lidámos bem com a situação, tendo tomado medidas acertadas e atempadas.

Infelizmente, nesta segunda fase da pandemia, não adoptámos a tempo as medidas necessárias e suficientes que permitissem atenuar o seu impacto, sobretudo na população mais debilitada pela idade e pela saúde. Muitas das medidas adoptadas, quer no campo da prevenção sanitária, quer no da economia não foram suficientes, por erráticas ou contraditórias.

As falhas de prevenção verificaram-se quando todos os especialistas já previam o surgimento de uma segunda vaga. Recentemente os últimos Bastonários da Ordem dos Médicos, em carta dirigida à Ministra da Saúde, queixam-se da falta de estratégia das autoridades nacionais e exigem uma maior articulação do SNS com os sectores de saúde sociais e privados para optimização da capacidade instalada, caso contrário a situação poderá ser trágica.

As consequências da estratégia adoptada levaram ao preocupante estado actual:

Na saúde, segundo dados da Ordem dos Médicos, ficaram por fazer milhares de cirurgias e milhares de consultas. Neste momento, os óbitos por não COVID dispararam para números preocupantes. Seria importante resolver os problemas burocráticos que impedem centenas de Médicos e Enfermeiros formados no estrangeiro a viver em Portugal de poderem contribuir com as suas competências na luta contra esta pandemia.

Segundo as previsões económicas, Portugal terá no final do ano uma recessão de mais de 8% e um brutal aumento do desemprego.

Espera-se que Portugal venha a receber da UE, uma quantia muito avultada para impulsionar a recuperação da economia. A concretizar-se será sem dúvida uma boa notícia, cujo desenlace se deseja bem-sucedido, com a aplicação de forma ajustada, isenta e bem controlada das verbas atribuídas. É fundamental conhecer com clareza qual o critério de atribuição e qual o seu controlo. Desta vez não pode haver margem de erros, nem facilitismos. É uma oportunidade única para a modernização e recuperação económica do País.

Assim, é fundamental exigir-se aos governantes e entidades públicas a maior transparência na atribuição e gestão destas verbas. Infelizmente os índices internacionais de corrupção situam o País abaixo da média da Europa ocidental e da União Europeia, reflectindo a falta de reformas estruturais para o reforço da integridade do Estado. Portugal não pode mais ser adiado. É hora dos Portugueses estarem vigilantes e actuarem.

O País está envelhecido e cada vez é maior a dependência da sociedade em relação ao Estado. Ao contrário das Monarquias do Norte da Europa, onde as pessoas enriquecem antes de envelhecer, as pessoas envelhecem sempre a empobrecer. Este é um dos problemas base que urge resolver e que evitaria muitos dos actuais males que existem na sociedade portuguesa.

Vivemos enredados por uma estranha coligação de interesses em que uma minoria impõe controversas medidas e inaceitáveis ideologias a uma maioria. Infelizmente pretendem que se aceite com naturalidade verdadeiros atentados à moral e princípios gerais da humanidade, como são os casos, no plano ideológico, da introdução no programa da Educação para a Cidadania, da ideologia do Género ou da votação para o Referendo à Eutanásia, em que uma centena e meia de deputados calaram a voz a milhões de portugueses. Sendo este último tema, para mais, suscitado num contexto chocante para a população que, diariamente, é confrontada com um número crescente de mortos entre as pessoas mais velhas e debilitadas.

Chega-se ao apuro de se pretender apagar a História de que tanto nos orgulhamos e quererem fazer acreditar às gerações mais jovens que somos depreciativamente o que nunca fomos. Mais de 200 anos depois da Revolução Liberal ter introduzido que a escolha dos deputados para o Parlamento se faria por voto directo, ninguém está interessado em questionar por que razão mais de 50% dos eleitores não votam. Nunca os deveres cívicos assumiram tamanha importância para salvação da Pátria. Quem não se dá ao trabalho de participar, de votar e de pagar os seus impostos não tem qualquer autoridade moral para criticar o rumo que Portugal leva.

Apelo à participação cívica para o combate em defesa dos valores da vida e dos tradicionais direitos do homem assentes nas nossas raízes cristãs, para que seja possível ajudarmos a construir um Portugal bem melhor.

No próximo mês de Janeiro o País vai assistir a uma nova eleição presidencial. Mais uma vez vamos expor a Chefia de Estado à fractura e conflitualidade ideológica, enfraquecendo a sua autoridade e representatividade. São essas as consequências mais evidentes da eleição do Chefe de Estado. Seria de elementar justiça e inteligência política retirar da Constituição os elementos não democráticos que impedem a possibilidade de o Povo preferir ter um Rei, à semelhança do que acontece hoje em vários países europeus e alguns fora da Europa, que são geralmente exemplos de coesão política, eficácia e transparência democrática.

A chefia de Estado, independente dos poderosos interesses económicos e políticos, exercida pelos Reis e Rainhas actuais é que tem conseguido garantir melhor estes valores, assim como a soberania e a identidade nacional aos seus povos. Como se pode verificar nos países escandinavos, no Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Reino Unido, entre outros.

Quando se assinalam os 380 anos da restauração da independência nacional, através de uma heróica intervenção dos nossos antepassados, o caminho que a actual crise sanitária e económica nos exige é o da adaptação dos nossos comportamentos na defesa do bem comum e vencer o medo de um futuro incerto e exigente.

Tenho a certeza de que uma vez mais os Portugueses saberão ultrapassar este momento e sair vitoriosos.

Viva Portugal!