31 outubro 2018

Samhain

Saudemos o novo ano que agora se inicia!
Que esta noite, em que a fronteira entre os dois mundos está mais ténue que nunca, nos ajude a encontrar o caminho... e que a luz, essa, esteja sempre presente em todos vós.

28 outubro 2018

A caminho do cabo da Boa Esperança


O primeiro local de paragem foi em Camps Bay para vermos os 12 Apóstolos, o lado Oeste da montanha da Mesa (Table Mountain). Como não cabiam na fotografia documentei-os no vídeo abaixo.

Depois fomos até Hout Bay, onde embarcámos para ir ver o ilhéu dos lobos marinhos que mostrarei mais tarde. E a seguir percorremos a Chapman's Peak Drive, uma estrada panorâmica construída entre 1915 e 1922. Num dos vários miradouros existentes ao longo da estrada foi possível ver de cima a baía de Hout (o ilhéu de Duiker, o dos lobos marinhos, aparece no lado esquerdo).

Dominando a estrada e a paisagem estava o pico de Chapman.

Um pouco mais à frente estava a praia de Noordhoek, com um extenso areal que culmina na vila de Kommetjie,

dominada pelo farol de Slangkop, com uma curiosa torre redonda feita de ferro.

20 outubro 2018

Plantar árvores na Gorongosa


Para quem vê do ar o Parque Nacional da Gorongosa pode parecer estranha a necessidade de reflorestação. Mas na realidade todos os anos desaparecem grandes áreas de floresta, quer para libertar áreas para agricultura, quer para a produção de carvão.
Uma das alternativas encontradas para melhorar a economia local foi a produção de café que precisa de sombra e por isso de árvores.
Mas sim, continua a ser necessário plantar muitas árvores.

Um dos grandes "campeões" da plantação de árvores à escala mundial é o Pedro Muagura, que é desde o início do ano o administrador do Parque, mas que já plantou cerca de 50 milhões de árvores (incluindo uma em Lisboa) e criou uma organização que só faz isso.
Na ligação (aqui) o Pedro conta um pouco do desafio que é a plantação de árvores na Gorongosa.
Na foto de baixo vê-se um dos vários viveiros que contribuem com árvores para as plantações no Parque (e no resto de Moçambique).


(clique na imagem para ver a origem)
Já conheço o Pedro há uns anos, quando ainda era Director de Conservação, e já várias vezes lhe tinha dito que gostava de plantar uma árvore na Gorongosa. Mas só desta vez é que calhou: no dia em que me vinha embora aparece-me ele com duas mini árvores, uma Breonadia (Breonadia salicina) e uma Umbaua (Khaya nyasica).

E fomos plantar as árvores do lado de fora do Chitengo. Incluiu abrir uma cova para colocar a árvore (só cavei uma delas...), retirar a película que protegia o torrão com as raízes,

colocar as árvores, tornar a pôr a terra, regar,

proteger com palhas e ervas para ajudar a conservar a humidade e ainda conversar um pouco com cada uma delas, explicando que voltaria para ver se estavam a crescer bem. Foi giro!

Obrigada Pedro Muagura! Espero poder vir a plantar bastantes mais árvores na Gorongosa.

14 outubro 2018

Cabo da Boa Esperança


Antes de se chegar vê-se primeiro, do lado poente, o padrão do Bartolomeu Dias,

e do lado nascente, virado para a "baía Falsa" (False Bay), o padrão do Vasco da Gama.

Junto ao cabo está aquela placa (para selfies! nem sei como a consegui fotografar sem ninguém porque fazem fila para a fotografia), da fotografia de cima, que indica que estamos no "ponto mais a Sudoeste de África".
O cabo é "fraquinho". Dificilmente o conseguimos associar ao "mostrengo que está no fim do mar" de Fernando Pessoa.

Mas a vista para Noroeste é muito bonita.

E por trás do cabo está um monte um pouco mais alto que tem uma vista fantástica para os dois lados do cabo. Nesse monte está agora (desde 1914) o farol de Cape Point (que não tive tempo de ir visitar) que parece ser um brinquedo mas é o mais potente da costa da África do Sul.

Da zona do farol vê-se bem quão pequeno é o cabo da Boa Esperança, do lado esquerdo, logo a seguir à praia do Bartolomeu Dias. Dizem que por ali as tempestades chegam de repente daí o nome de cabo das Tormentas. E talvez o pico do Vasco da Gama, do lado direito da fotografia, mas principalmente a cadeia montanhosa onde está a montanha da Mesa, contribuam para lhe dar alguma componente mais assustadora, sobretudo durante a noite ou no meio de uma dessas tempestades.

Mais sobre as visitas ao cabo da Boa Esperança aqui.

08 outubro 2018

Namíbia - Sossusvlei (II)

Continuando a explorar o deserto, chegámos ao «Deadvlei»; esta área era, outrora, um oásis repleto de acácias, alimentado por um rio que, entretanto, mudou de rumo.
As condições climáticas acabaram por ficar tão secas, que as árvores nunca se decompuseram, ficando no entanto completamente desidratadas, 
de tal modo que, cerca de mil anos depois, 
nos oferecem esta incrível paisagem, qual guardiãs de um passado longínquo,
rodeadas de enormes dunas, algumas delas com centenas de metros.
A uns escassos km do Parque, acabámos o dia no «Sesriem Canyon», que não é mais do que um enorme desfiladeiro, esculpido pela acção da água em tempos idos e que os primeiros colonos usaram como fonte de água.
Aliás, o nome desta enorme garganta foi dado por estes, já que necessitavam de seis cinturões de couro (ses riem, em Afrikaans), amarrados uns aos outros, para baixarem os baldes e recolherem a água que corria no seu fundo.
Finalmente chegados ao lodge, ainda tivemos tempo para nos sentarmos um pouco e, em absoluto silêncio, observar os últimos dez minutos de luz que pairava sobre as montanhas, mesmo à nossa frente. Inesquecível, esta passagem pelo Hoddia Desert Lodge.

04 outubro 2018

Namíbia - Sossusvlei (I)

A cerca de 300 km a Oeste de Mariental, fica a região de Sossusvlei, onde o Deserto do Namib impera. O governo, preocupado em regulamentar o acesso à área, criou o Parque «The Namib Sand Sea» que, desde 2013, é reconhecido pela UNESCO. 
Não há palavras que possam descrever o que se vê e sente, durante as 12 horas que demorou a nossa visita a um deserto magnífico, nada monótono, com dunas de areia avermelhada a perder de vista.
Começámos cedo e os habituais residentes por lá andavam, embora tivéssemos de seguir pistas e escavar para os encontrar.
A grande aranha cinzenta do deserto, faz a sua toca no meio da areia, enquanto que o escorpião é mais recatado e refugia-se junto aos pequenos montículos de areia formados pelo vento.
A justificação para a areia ter esta cor, prende-se com o facto de ser muito rica em ferro, de tal maneira que, se soprarmos a sílica, ficamos somente com limalhas em grande quantidade.
Serpentes e alguns outros animais existem por aqui, mas não os vimos...
em contrapartida,
fomos presenteados com este chacal, a passear mesmo à nossa frente, com uma paisagem de sonho em fundo...