25 março 2019

A Beira


A cidade da Beira nasceu em 1897, no então chamado posto do Aruângua e recebeu a categoria de cidade com a visita de D. Luiz Filipe (o Príncipe da Beira) em 1907.
A localização talvez não seja das melhores dado que a cidade está em grande parte abaixo do nível do mar, e por isso sujeita a cheias periódicas, e numa zona pantanosa.


Cheias nos anos 60

A guerra civil que durou entre 1976 e 1992 mais do que quadruplicou a população da Beira surgindo inúmeros bairros de construção precária e desordenada e ocupando áreas sistematicamente sujeitas a alagamento (o ano passado em Fevereiro, sem grandes chuvas, estavam bastante alagadas).

Zonas alagadas em 2018

Sempre que por lá passo vou assistindo a uma lenta mas convicta recuperação: as avenidas esburacadas foram pavimentadas com materiais mais resistentes à combinação chuva-calor; a marginal sempre ameaçada pela erosão costeira (ver aqui) foi recuperada e as praias carregadas com areia; surgiram edifícios novos que revelam um dinamismo económico crescente em muito associado ao porto e ao escoamento do carvão de Tete; o número de universidades tem vindo a aumentar; foram construídas ETAR; o sistema de drenagem foi recuperado, como até já tínhamos mostrado aqui, dando lugar a corredores verdes e conjuntos de canais que se vêm na fotos aéreas abaixo.




Outro problema da Beira é estar no caminho das depressões meteorológicas que por vezes se transformam em ciclones, como também já uma vez relatámos aqui.
Agora foi mais um, o Idaí, o ciclone mais devastador que aconteceu no hemisfério sul. E a Beira sofreu bastante, em especial as inúmeras zonas de construção desordenada. E não sofreu mais porque o novo sistema de drenagem apesar de ainda não está completo já deu resultados.


Depois da catástrofe, lembrei-me de uma apresentação que vi feita por um holandês, Henk Ovink, sobre os projectos para a recuperação feita na sequência do furacão Sandy. E achei que era bom se ele pudesse intervir na Beira. E não é que já interveio? A Beira tem um plano para 2035 (ver aqui o vídeo de apresentação) feito por holandeses (Witteveen+Bos, NIRAS, Deltares) incluindo esse e envolvendo a participação da população.

O plano, para além das questões da drenagem já em curso, prevê também utilizar as dragagens de acesso ao porto para reforçar as praias e ordenar toda a componente urbana, incluindo novos bairros e sobretudo muitas áreas verdes, construindo com a natureza.


Parece-me que esta é uma boa oportunidade para o pôr em prática e transformar a Beira numa cidade moderna, bonita e resiliente.

15 março 2019

Namíbia - Cape Cross (II)

Esta colónia de "Cape Fur Seals" é uma das maiores do mundo, abrigando entre 80 e 100.000 destas chamadas focas, mas que na verdade são lobos-marinhos. Indescritível... o que parece ser rocha, são animais...
Este, presta homenagem à réplica do padrão deixado pelo navegador Diogo Cão. Sim, porque o original está algures na Alemanha, depois de ter sido "retirado" do local durante a colonização germânica da Namíbia.
Não há muito a dizer, pois encontramos de tudo um pouco.
Desde aquilo que parece ser uma discussão veemente, em que o som que é emitido parece mesmo um balido...
até a uma espécie de meditação prolongada em silêncio.
Uns vão coçando os parasitas que incomodam e outros, mais pequenos, mamando, mesmo que quase a dormir.
Os chacais, esses, estão sempre por perto a rondar a colónia; animais oportunistas, vão muitas vezes tentando a sua sorte, até conseguirem roubar uma cria mais frágil para se alimentarem.

08 março 2019

"Dark sky" nas Portas de Ródão


Apesar de não ser das melhores zonas para fotografar estrelas, era lua nova e o céu estava bonito.

A paisagem da envolvente, na zona da praia do Pego (a sul e a jusante das Portas de Ródão) também permite obter uns efeitos engraçados.

E nem correu mal. Mas fiquei a pensar que com lua cheia se poderão fazer também umas imagens bonitas

01 março 2019

Os pinguins de Boulders' beach (2)


A história já contei mas tinha algumas fotos mais perto de maneira que deixo aqui alguns retratos. Em cima o que me parecem (pela penugem que ainda resiste) três crias de pinguim, numa zona mais recatada, e com sombra, da praia de Foxy. Em baixo um adulto no choco ou a proteger uma cria mais pequena.

Adultos, juvenis e crias numa das plataformas rochosas, todos de costas para o vento que era bastante incomodativo e sobretudo levantava bastante areia.

Este parece estar a fazer pose, mas é mesmo a maneira de eles caminharem

Mais dois "em pose", desta vez a saírem da água.

Alguns ainda lá ficaram, mas não me pareceu que estivessem à pesca. Consta que há alturas em que vão em conjunto pescar e pode acontecer verem-se muito poucos pinguins.

Pois, este não percebi se estava a dizer "que chatice, parem lá de tirar fotografias" ou "obrigado pela visita, voltem mais vezes".