31 agosto 2022

"Aljustrel tem uma mina" (2)

A visita prosseguiu através de um percurso delimitado, que incluía uns troços em passadiço que mostravam não só aspectos geológicos, como um outro chapéu de ferro (na fotografia acima) e ainda as barragens construídas para depositar os rejeitados da lavaria (barragem de estéreis) e para fornecer água ao processso mineiro(barragem de águas claras), que neste momento vão ser alteadas, dando origem a uma única albufeira (fotografia de baixo) para receber rejeitados. E continuámos em direcção à galeria 30, uma galeria já desactivada (à cota -30) mas que foi recuperada para ilustrar o funcionamento da mina. Ainda cá fora era visível a antiga via férrea usada para retirar o minério. E entrámos na galeria cujo troço inicial está inteiramente revestido a betão, mas não é assim em todo o lado (o que mostrarei noutra publicação). Já no fim da galeria vemos o que resta da antiga via férrea e dos vagões que eram utilizados,
e um poço do antigo elevador do malacate Vicasta que será parcialmente aproveitado para um novo elevador destinado a visitantes, ou seja, a entrada na galeria passará a ser por esta extremidade. Nesta zona está já um holograma que retrata os antigos (do tempo dos romanos), os mais recentes e os actuais mineiros. E voltámos ao ar livre, terminando a visita onde iniciámos: junto ao malacate de Viana que, brevemente, irá alojar, nos antigos balneários, um centro de interpretação da mina. A reportagem é que ainda não terminou dado que ainda vou mostrar, em mais duas publicações, os vários tipos de entivações e as coloridas paredes da galeria.

27 agosto 2022

"Aljustrel tem uma mina" (1)

Há uns dias participei nesta actividade da Ciência Viva no Verão. Depois de ter visto a reportagem sobre a visita às minas de sal-gema que a garina do mar fez há dois anos, pareceu-me que podia ser um programa interessante. O ponto de encontro foi junto ao malacate (elevador de acesso à mina) de Viana e começámos por visitar (enquanto ainda estava calor) o núcleo museológico "dos compressores". Aí foi-nos fornecida alguma informação, bastante detalhada, sobre a Geologia e História Mineira da faixa piritosa ibérica, que atravessa a fronteira com Espanha entre Ficalho e o Pomarão e vai até à costa Alentejana, e mais específica sobre as minas de Aljustrel (clique na fotografia acima para ampliar).

A antiga Central de Compressores de Algares reúne os vários compressores de ar-comprimido que apoiaram o funcionamento da mina (clique na fotografia abaixo para ampliar). Na fotografia abaixo está um compressor portátil que era utilizado nos trabalhos dentro da mina. Cá fora visitámos o "chapéu de ferro de Algares", que é a parte superior e exposta desse jazigo. Os "chapéus de ferro" têm a forma de colinas dado que o quartzo e óxidos de ferro que ó compõem são resistentes à erosão. Essas colinas ajudavam a identificar tanto a localização dos jazigos subterrâneos como o tipo de minerais desses jazigos (clique na fotografia abaixo para ampliar). Este "chapéu de ferro" tem um corte que permite visualizar as várias camadas das formações vulcânicas sedimentadas e, ainda, os vestígios de um poço romano, no lado direito da fotografia abaixo e no lado esquerdo da seguinte
Na fotografia abaixo está a explicação sobre o poço romano (clique na fotografia para ampliar)

13 agosto 2022

Baixa-mar

O fim da tarde estava sereno e um passeio junto ao Tejo impunha-se.
Apanhei a máxima da vazante e fui observando
os efeitos que os escorrimentos da água fazem no lodo. Bonito.

08 agosto 2022

Gorongosa 2022: o penúltimo dia de manhã, no Santuário

Ainda nem tínhamos entrado na zona do Santuário, mesmo junto à antiga rede, uma pala-pala! (ou palanca negra, Hippotragus niger) o meu antílope preferido. Fotografei logo, embora estivesse contra luz, não fosse fugir.
Mas não, recuámos um pouco, devagarinho, e ela não só se manteve como parecia estar a fazer poses para a fotografia.

Assim foi possível fotografá-la de lado, de frente,
e até fazer um "close-up" para ver os "picabois" de bico encarnado (Buphagus erythrorhynchus) que se ocupavam dos parasitas.
Embrenhámo-nos no santuário, por umas picadas muito pouco "pisadas", embora fossemos vendo pelo caminho os vestígios de uma grande manada de elefantes que por lá terá passado. Ao longe íamos vendo os boi-cavalos ou gnus (Connochaetes taurinus) mas bastante ariscos e por isso quase impossíveis de fotografar (a pouca utilização desta zona leva a que eles ainda não estejam habituados à presença dos carros de safari). Por fim, uma manada mais corajosa (ou curiosa) deixou-se fotografar! e quando parámos para o habitual "café da manhã" (desta vez não havia biscoitos o que deixou o guia muito zangado ;) ), houve um outro grupo que ficou a observar-nos de longe.
Foi um bonito passeio e as tsé-tsé praticamente não nos incomodaram, ou seja, ir até ali pela fresca parece ser uma opção.

05 agosto 2022

Gorongosa 2022: o penúltimo dia, de manhã cedinho

À hora a que saem os safaris o sol já subiu no céu, por isso é preciso ser pontual, o que nem sempre acontece: às vezes ficamos uns 10 a 15 minutos à espera de alguém. Desta vez como éramos só eu e o guia correu bem. Optámos por ir em direcção ao santuário (tenho sempre algumas reticências porque por lá há muitas moscas tsé-tsé bastante "picantes", mas achámos que pela fresca talvez corresse bem...) E foi a nossa sorte, senão não teríamos visto este pequeno grupo de elefantes que teriam pouco antes atravessado a estrada e entrado na floresta: os primeiros (e os últimos) desta visita ao parque. Este ficou a olhar para nós e os outros seguiram. Entrámos também no mato e lá estava ele, provavelmente a proteger a retaguarda de um grupo "invisível". Ainda posou para umas fotos, mas não consegui perceber se também tinha os olhos amarelos, e seguiu viagem. E nós também em direcção do santuário.