30 maio 2019

Namíbia - Damaraland (II)

No dia seguinte, continuámos a rumar em direcção a Norte. Durante o trajecto, estava previsto irmos parando em alguns locais com interesse anteriormente referenciados.
O primeiro, foi o «Petrified Forest National Heritage Site», criado em 1950. Trata-se de uma enorme área com troncos de árvores petrificados, constituído maioritariamente por pinheiros. Esta espécie não existe na Namíbia, pelo que terão sido transportadas para ali há cerca de 280 milhões de anos por um enorme dilúvio, quando da fragmentação da Pangeia.
Este dilúvio também carregou muita areia e lama que cobriu as árvores, de tal forma que não ficaram em contacto com o ar, não se registando a decomposição da madeira. O material orgânico dos troncos ficou assim conservado. 
Devido a enormes pressões e ao longo de milhões de anos, mesmo as estruturas mais finas da madeira foram dissolvidas por ácido silícico e substituídas por cristais de quartzo. O resultado, são troncos perfeitamente conservados e completamente petrificados, alguns deles com mais de 34 metros de comprimento e 6 metros de diâmetro.
Depois de sairmos e ainda na zona, fomos visitar o «Twyfelfontein». Mais uma vez, a presença de povos ancestrais que decidiram deixar as suas marcas em inúmeras rochas, é visível por todo o lado.
Algumas, com formas mais ou menos bizarras, acabam por estar bem adaptadas ao continente onde foram criadas; esta, parece mesmo a mandíbula de um qualquer animal de outros tempos, pronta a devorar a sua presa...
Por fim, à saída, tínhamos à nossa espera estes dois esquilos do solo que, atentos ao que se passava à sua volta, tentavam descortinar quais as nossas intenções. Dali, partimos ainda mais para Norte, em direcção ao Toko Lodge & Safaris, onde iríamos passar a noite.

16 maio 2019

Um regresso "by night" às Portas de Ródão


Depois da minha visita de há uns meses atrás (ver aqui), tinha pensado voltar às Portas de Ródão em noite de lua cheia. Por várias razões acabei por antecipar para um quarto crescente que até nem resultou mal.

O Norte é ali, a Polar e a Ursa Menor lá estão para o confirmar:

E a Via Láctea há-de nascer ali:

Desta vez são a Vega e a Lira que dão a informação, mas também dão a informação de que ainda falta uma hora para começar a aparecer. E como a lua iria demorar umas três horas até se pôr não valia muito a pena ficar à espera… Ou seja, tenho que voltar para fotografar a Via Láctea quando nascer a horas "decentes".
Já agora, de dia é assim. Monte do Pego, chama-se. Um bom sítio para descansar sobretudo para quem tem MEO (ali não toca ;) )


05 maio 2019

Namíbia - Damaraland (I)

Após o pequeno-almoço em Cape Cross voltámos à estrada, em direcção à região de Damaraland, mais concretamente à zona da montanha de Brandberg, a mais alta da Namíbia. Iríamos pernoitar no Brandberg White Lady Lodge; o objectivo era vermos as gravuras do povo San (bosquímanos) que têm cerca de 2.000 anos e que são conhecidas pelas pinturas da "White Lady".
Para lá chegarmos e voltarmos, tínhamos duas horas a pé pela frente e, como o caminho era maioritariamente num vale, o calor começou a fazer-se sentir desde logo.
Os vestígios da passagem de elefantes eram visíveis por todo o lado, embora não tivéssemos visto nenhum...
Estas pinturas foram descobertas numa gruta pelo explorador e geólogo alemão Reinhard Maack, em 4 de Janeiro de 1918, durante pesquisas que estava a realizar na região. A figura principal das gravuras foi descrita como um "guerreiro", que sobressaía das restantes figuras por estar pintada de branco e por aparentar ser do género feminino.
Daí, vir a expressão "White Lady". Hoje, é opinião generalizada que não só não se trata de um guerreiro, como não pertence ao sexo feminino; estamos na presença da representação de um feiticeiro, ou seja, de uma figura bastante respeitada na sociedade de então e, portanto, digna de realce nas gravuras pintadas por este povo.
Durante todo o caminho fomos acompanhados por diversos tipos de animais de pequeno porte, em que se destacaram estes simpáticos roedores que a nossa guia afirmava terem o mesmo tronco evolutivo dos elefantes...