31 outubro 2021

Samhain

O "triângulo do Verão" mergulha no horizonte... Com o início da estação escura começa também um novo ano.
É nesta noite que se pode aceder ao Sid, onde o mundo em que vivemos e o mundo dos deuses, se encontram. As estrelas iluminam o caminho...
Bliadhna mhath ùr duit!! Que todos os vossos dias sejam bons!! Bom Ano Novo!

29 outubro 2021

Os 50 anos do PNPG (7)

E por fim, para terminar as 50 fotografias, aqui ficam algumas da serra Amarela. Já há muitos anos que não andava por lá. Mas este ano (sim, depois de alguns anos consegui regressar ao PNPG) calhou passar "à porta" e resolvi ir percorrer a sinuosa e estreita estrada que leva à aldeia de Ermida.
Continua bem estreita e durante alguns anos foi quase impraticável em segurança, mas agora não só tem algumas guardas nos locais mais complicados como também aproveitaram todos os locais com um pouco mais de largura para permitir o cruzamento de viaturas. A estrada corre ao longo de várias ribeiras, muito encaixadas e também muito sinuosas na sua tentativa de abrir caminho através da serra.
Nalguns locais existem pequenas lagoas, como quase todas são aproveitadas durante o Verão como local de banhos (o que na realidade acontece em todo o Parque), é difícil fotografá-las. Ao longo da estrada vão-se encontrando alguns bosquetes junto às linhas de água. E ao fim de alguns quilómetros chegamos ao topo, onde a vista é deslumbrante, sobretudo para o lado da serra da Peneda, e bem no alto está a aldeia de Ermida sobre a qual falarei noutra altura. E ficam assinalados os 50 anos do nosso Parque Nacional. Que esperamos continue a ser uma das mais preciosas jóias da conservação da natureza.

23 outubro 2021

Capela de San Caralampio

Esta curiosa capela situa-se na Ilha da Toxa, que está ligada à vila de O Grove por uma ponte, perto de Pontevedra. Tem a particularidade de estar totalmente revestida com conchas de vieiras que, como é sabido, abundam na região.
 
Originalmente, em 1909 quando foi construída, não tinha este aspecto. Com efeito, as fortes chuvadas que assolam continuamente esta região acabaram por deteriorar a estrutura, provocando enormes manchas de humidade e infiltrações no seu interior, sobretudo na fachada Sul onde se situa o altar.   
Vendo a capela a danificar-se e o altar em perigo, Raimundo Riestra Calderón, II Marquês de Riestra, decidiu, nos finais dos anos 40 do séc. XX, falar com um pedreiro da vila chamado Anselmo Millán, para que este conseguisse arranjar uma solução para o problema.
O homem, aconselhou então uma forma tradicional de evitar a penetração da água, que consistia em cobrir as fachadas com conchas de vieiras, de tal forma que a água escorresse por elas sem se infiltrar para o interior da edificação. Inicialmente na fachada Sul e, depois, toda a igreja, ficaram então cobertas com este revestimento natural. Como nota final, referir que estava a chover quando por lá passámos...

16 outubro 2021

Castro de Baroña

Imagina e goza: as pedras estão vivas... esta frase, que pode ler-se numa placa que indica o caminho, no meio de um enorme pinhal que vai acabar no mar, desperta-nos logo a mente para outros tempos...
As escavações neste castro processaram-se entre 1933 (primeiros trabalhos) e 1985 (consolidação) e calcula-se que a sua ocupação decorreu entre o século I a.C. e I d.C.. A paisagem, embora característica das enseadas e recantos da costa da Galiza, é francamente bonita.
Situado no Concelho de Porto do Son, a povoação foi edificada numa pequena península; no istmo, podemos encontrar um fosso, que constitui a primeira linha de defesa, existindo, sobranceiro a este, uma muralha com dois muros paralelos de alvenaria. 
A entrada para o povoado propriamente dito consiste numa rampa. Embora não haja água nem reservatórios no seu interior, pensa-se que seria auto-suficiente, devendo a alimentação dos habitantes ser maioritariamente à base de mexilhões, caramujo e peixe.
No entanto, foram também encontrados vestígios de bovinos, cabras e ovelhas o que indica que não era somente do mar que provinha a sua alimentação.
Outros achados indicam a existência de uma lareira com alguma dimensão e vestígios do que poderia ser uma forja, pelo que o trabalho metalúrgico deveria existir, paralelamente com a tecelagem e o trabalho em pedra. 
Embora o tempo na Galiza seja sempre uma incógnita ao longo do dia e, neste caso, não tenha estado muito de feição, se forem para aqueles lados vale imenso a pena fazer uma visita.