Os comentários sobre a Guerra das Gálias (
Commentarii de Bello Gallico) de Júlio César foram durante muitos anos a melhor fonte de informação sobre os Celtas e mais particularmente sobre os Gauleses.
Com efeito, estes povos não deixaram informação escrita e mesmo as suas aldeias, maioritariamente construídas em madeira, desapareceram.
Júlio César, como bom militar que era, estudava aprofundadamente os povos que ia conquistar. E as suas notas chegaram até aos nossos tempos e foram detalhadamente analisadas por quem queria estudar o povo Celta.
Actualmente, através da utilização da tecnologia LIDAR (teledetecção por laser,
ver aqui), foi possível descobrir as fundações das fortificações desaparecidas, permitindo uma pesquisa arqueológica muito detalhada e chegar a novas informações que, no entanto, não contrariam mas sim complementam as obtidas através dos escritos de Júlio César.
Opinião diferente tem o Astérix. E isso é bem patente no novo livro “Le Papyrus de César” que brilhantemente parodia o livro de Júlio César e a sua "imprecisão" no que respeita à aldeia Gaulesa que nunca conseguiu conquistar.
A ler, quer um quer outro: “De Bello Gallico” (A Guerra das Gálias), de Júlio César e “Le Papyrus de César” (O Papiro de César), de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad.