Citado em diversos textos islâmicos e por historiadores ulteriores, o ribat al-Rihana (convento-fortaleza), fundado pelo mestre sufi Abû-l-Qâsim Ahmad Ibn al-Husayn Ibn Qasî, na Ponta da Atalaia em Aljezur, só foi identificado, em 2001, pelos arqueólogos Rosa e Mário Varela Gomes.
A análise da informação histórica e arqueológica permite considerar que o ribat terá sido erguido por volta de 1130 e abandonado a partir de 1151, depois do assassinato do líder espiritual seu fundador e da perseguição movida aos seus seguidores.
Nas escavações foram identificados testemunhos arquitectónicos de três mesquitas, com qiblas e respectivos mihrabs, devidamente orientados para Meca, sendo uma delas de grandes dimensões e de construção mais “recente”.
Na extremidade poente da Ponta da Atalaia, localizava-se uma pequena mesquita, um minarete e “muro de orações”. A presença do minarete confere-lhe uma importância que a localização, quase debruçada sobre o Oceano, já indicava.
Na zona central foram identificadas um conjunto de celas, orientadas para nordeste, desde a arriba norte à arriba sul da península da Ponta da Atalaia, que poderão ser alinhamentos de pequenas mesquitas e, mais a poente duas vivendas que poderiam ter pátios.
Na zona mais interior foi descoberto um grande pátio delimitado por muros e dois compartimentos anexos que podem corresponder a uma madraza (escola corânica).
Fonte: textos diversos de Rosa e Mário Varela Gomes