06 agosto 2009

Da Amoreira à Arrifana (4): o Ribat da Arrifana

Citado em diversos textos islâmicos e por historiadores ulteriores, o ribat al-Rihana (convento-fortaleza), fundado pelo mestre sufi Abû-l-Qâsim Ahmad Ibn al-Husayn Ibn Qasî, na Ponta da Atalaia em Aljezur, só foi identificado, em 2001, pelos arqueólogos Rosa e Mário Varela Gomes.
A análise da informação histórica e arqueológica permite considerar que o ribat terá sido erguido por volta de 1130 e abandonado a partir de 1151, depois do assassinato do líder espiritual seu fundador e da perseguição movida aos seus seguidores.
Nas escavações foram identificados testemunhos arquitectónicos de três mesquitas, com qiblas e respectivos mihrabs, devidamente orientados para Meca, sendo uma delas de grandes dimensões e de construção mais “recente”.
Na extremidade poente da Ponta da Atalaia, localizava-se uma pequena mesquita, um minarete e “muro de orações”. A presença do minarete confere-lhe uma importância que a localização, quase debruçada sobre o Oceano, já indicava.
Na zona central foram identificadas um conjunto de celas, orientadas para nordeste, desde a arriba norte à arriba sul da península da Ponta da Atalaia, que poderão ser alinhamentos de pequenas mesquitas e, mais a poente duas vivendas que poderiam ter pátios.
Na zona mais interior foi descoberto um grande pátio delimitado por muros e dois compartimentos anexos que podem corresponder a uma madraza (escola corânica).
Fonte: textos diversos de Rosa e Mário Varela Gomes

7 comentários:

garina do mar disse...

o que tu descobres!!!! não fazia ideia disto...
também, para chegar aqui tem que se passar por Vale da Telha não é?

mas o senhor Ibn Qasî soube escolher o sítio para se instalar ;)

Nautilus disse...

A "culpa" foi do Laurus Nobilis: mostrou-me um dia destes o catálogo da exposição e eu resolvi ir ver ao local :)

Mas o sítio vale a pena, mesmo atravessando Vale da Telha.

Laurus nobilis disse...

Pois... Só que eu ainda não fui até lá! Vamos a ver se passo pelo ribat quando subir e estiver no Sudoeste. Mas parece algo abandonado... Ou é só impressão?

Nautilus disse...

Penso que as escavações pararam em 2004.
Provavelmente agora terá que ser a câmara a fazer alguma coisa. De facto merecia pelo menos um centro de interpretação, mesmo que ligeiro.
Mas fazes bem em passar por lá :)

Navegante disse...

Bela descoberta! O local parece fantástico. O senhor tinha mesmo bom gosto!

Anónimo disse...

nao, as escavaçoes nao pararam em 2004. continuam todos os anos no mes de agosto!

Nautilus disse...

Ainda bem. Obrigado Sr. Anónimo pela informação