E lá fomos até à ilha do Pico. O vento era imenso e chovia abundantemente mas, a negritude do basalto em contraste com aquele azul do mar fascina qualquer um.
Como acontece muitas vezes, o Pico adivinhava-se, resguardado num "capacete" de nuvens que o protegia de olhares indiscretos.
Embora não seja propiamente grande apreciador dos vinhos da ilha, é de realçar e louvar o esforço que há muito é efectuado pelos picuenses para ter um acesso mais fácil e rápido a esta mística bebida.
Chegado às Lages, um velho moinho recuperado, junto à marginal, serve de miradouro e observatório de aves, muitas, que por ali andam.
E depois, aquela pequena mas grandiosa maravilha que é o museu da vila, totalmente consagrado aos heróis anónimos que, noutros tempos, caçavam baleias.
Adoro estes desenhos gravados em osso que contam histórias de vidas duras que acabaram, mas que deixaram registos de respeito, nobreza e honra para todo o sempre, em homenagem àqueles homens.
E pensar que, sem mais nada que não fosse a vontade e a coragem, era nestas pequenas embarcações que se travavam lutas de vida e de morte em pleno Oceano Atlântico. Hoje em dia, muitos são os descendentes dos antigos baleeiros que, convictamente, protegem estes fantásticos animais. No entanto, o orgulho no passado recente dos seus avós permanece bem vivo.