26 julho 2023

Real Quinta de Caxias

Propriedade da Casa do Infantado, a Real Quinta de Caxias foi mandada edificar na primeira metade do século XVIII pelo Infante D. Francisco de Bragança (1691-1746), filho de D. Pedro II e D. Maria Sofia de Neuborg, irmão de D. João V.
A sua localização privilegiada, junto ao Tejo e à antiga estrada real, assim como os cerca de sete quilómetros que distam do Palácio de Queluz, foram factores decisivos para que constituísse um local de veraneio da Família Real.
A peça central do jardim é uma enorme e bonita cascata com três pisos, onde é possível desfrutar da paisagem sobre a barra do Tejo, sendo todo o conjunto povoado por túneis, grutas, pináculos e estátuas, de onde partem jogos de água, agora inexistente devido à situação de seca que se vive, julgo eu.
O grupo central do cenário representa uma cena mitológica, segundo a qual a deusa Diana vinha tomar banho junto da gruta onde o seu amado pastor, Endimião, dormia um sono eterno que lhe permitia fugir ao envelhecimento e à morte. Surpreendida pelo caçador Actéon, Diana, furiosa com a audácia do intruso, lança-lhe água à cara, transformando-o em veado, enquanto este é devorado pelos seus próprios cães. As esculturas, em terracota, são da autoria do escultor Machado de Castro (1731-1822).
Actualmente, o acesso público circunscreve-se somente ao jardim, já que a maioria dos edifícios e as quatro fontes que representam as quatro estações do ano estão em fase de restauro e requalificação a cargo da Câmara Municipal de Oeiras. Aliás, aqui e ali ainda é visível a degradação e selvajaria a que o local foi sujeito depois de anos de abandono.
Como complemento a esta envolvente, é de referir a existência do antigo Convento da Cartuxa que, a par do de Évora, é um dos dois únicos conventos cartuxos em Portugal. Este convento foi fundado no Séc. XVII, em terrenos doados por D. Simoa Godinho, estando o edifício inserido numa propriedade de características agrícolas, como bem espelha o “brasão” do antigo portão, hoje separado da igreja por uma estrada. Desde 1903, o convento alberga as instalações do Instituto Padre António Vieira.
A igreja foi construída no Séc. XVIII e, pela sua excelente acústica, tem recebido regularmente concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e Orquestra de Cascais e Oeiras. Infelizmente, estava fechada…