27 dezembro 2019

Victoria & Alfred Waterfront (1)

(clique na foto para ampliar)

A "waterfront" de Victoria & Alfred corresponde ao que foi feito nas grandes cidades portuárias europeias (excepto Lisboa), em que o porto saiu da cidade e libertou uma grande área de cais e bacias portuárias para utilizações mais lúdicas. Esta zona corresponde a uma parte do local onde foi instalada a cidade do Cabo (o jardim dos vegetais está bastante perto): em 1654, dois anos depois da sua chegada, Jan van Riebeeck, construiu um pequeno cais que iria complementar a "estação de abastecimentos" do Cabo e foi à volta deste "porto" que foi crescendo a actual cidade. Em 1858, um conjunto de tempestades afundou mais de 30 navios pelo que foi necessário construir um quebra-mar que abrigasse os navios durante todo o ano. Esta obra foi iniciada pelo príncipe Alfred, o segundo filho da rainha Victoria.
Com a descoberta de ouro e diamantes na África do Sul, a doca de Alfred tornou-se insuficiente e foi construída a doca de Victoria, terminada em 1920.
A partir de 1938 foi criada uma nova doca e construídos grandes aterros (230 ha) para a expansão da cidade. Com a construção de um novo porto, no lado Norte da cidade, foi fundada, em 1988, uma companhia, a Victoria and Alfred Waterfront (Pty) Ltd (“V&AW”) com o objectivo de reabilitar a envolvente das docas de Victoria e de Alfred dando origem a zonas de usos mistos com foco no desenvolvimento do comércio, do turismo e de áreas residenciais, mantendo a função portuária nas duas bacias.

A doca de Victoria (na foto acima) é agora a bacia portuária mais movimentada, albergando desde embarcações marítimo-turísticas a cábreas e outras embarcações de serviço do porto, enquanto que a doca de Alfred (fotos abaixo), mais interior, é o local de estacionamento de embarcações de luxo,

mas também do porto de pesca, ladeado pelos antigos silos agora transformados em hotéis e num espantoso Museu de Arte Contemporânea de que falarei mais tarde.

Os antigos armazéns do cais Victoria deram lugar a um enorme centro comercial, o Victoria Wharf Mall,

com uma recuperação bastante agradável, com largos corredores e lojas de todo o tipo

e a fachada virada para a bacia portuária ocupada por restaurantes onde a dificuldade está na escolha...

Sobre outras recuperações "falarei" mais tarde mas podem ir sabendo mais sobre a V&A Waterfront aqui.

2 comentários:

garina do mar disse...

é giro o waterfront! é uma pena por cá continuarem a querer ter o porto enfiado dentro da cidade… também se podiam fazer umas coisas giras!!!

Laurus nobilis disse...

O porto dentro da cidade dá algum jeito mas, realmente, aqui junto ao Tejo, é um espaço que poderia ser reconvertido em algo bem mais aprazível...