03 fevereiro 2007

por um "niquinho" de duna (em Esposende)

Reina a polvorosa em Esposende! estão a construir em cima da duna!! em plenas dunas da praia Suave Mar! um "atentado ambiental"! numa Área Protegida (Parque Natural do Litoral Norte)!! em zona de risco de erosão!!!!
O PS deita as culpas para o Presidente da Câmara (que é PSD). Ambos deitam as culpas para o Director da Área Protegida que deveria ter "chumbado" uma obra (por acaso em terreno definido como urbano no Plano Director Municipal - PDM), "uma situação que deixou a autarquia sem argumento para defender uma das mais importantes zonas dunares da principal praia do concelho de Esposende" terá sido o comentário do Presidente da Câmara de acordo com o Público de hoje...
Conheço essa zona... fiz alguns estudos para lá... li muitos estudos feitos para lá..
fui investigar onde era... e aqui fica:
Um nico de terreno "entalado" entre a estrada e mais 3 casas e um parque de estacionamento que o separam do mar.
Num local que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira classificou como zona de aplicação regulamentar dos PMOT (Planos Municipais de Ordenamento do Território onde se inclui o PDM).
Que NÃO classificou como "zona de risco" porque de facto não o é, o molhe norte do Cávado induz a deposição de areia neste local.
Provavelmente até será o único local do concelho de Esposende onde não existe erosão.
Uma das mais importantes zonas dunares?
conhecem Esposende? vale a pena lá ir:
vejam o cordão dunar a norte da cidade, robusto, lindo, felizmente salvaguardado pela Área Protegida;
vejam o cordão dunar a sul, que podia ser lindo se não o tivessem estragado..
Parece-me que o senhor Director da Área Protegida terá coisas bem mais importantes com que se preocupar em Esposende do que andar a "fazer o jeito" ao senhor Presidente da Câmara que pelos visto quereria passar para o ICN um encargo que lhe cabe a ele. É mesmo só porque dá jeito porque o normal é queixarem-se que os senhores directores das áreas protegidas não deixam fazer nada!
Querem preocupar-se com o litoral de Esposende? preocupem-se com com o que acontece nas Pedrinhas e Cedobém (foto acima) ou em São Bartolomeu do Mar (http://milhasnauticas.blogspot.com/2006/07/esposende-de-novo.html).

6 comentários:

Laurus nobilis disse...

Infelizmente, a "bandeira ambiental" começa a servir de pedra de arremesso para as autarquias e partidos que as "governam"; o problema é que, normalmente, não sabem do que é que estão a falar. Por exemplo, a outro nível, veja-se as moções aprovadas nas assembleias municipais das autarquias, dizendo que a autarquia xpto é uma autarquia livre de trangénicos! se não fosse grave pela ignorância que traduz, até dava vontade de rir!

Nautilus disse...

Pelo que aqui está parece que será mesmo pedra de arremesso. OU seja em Esposende não falam mesmo uns com os outros, e pelos visto quando falam é para andarem ao tiro e não para remarem todos para o mesmo lado que é o que deveriam fazer se estivessem realmente preocupados com o concelho.
Quanto aos transgénicos, saiu mais um daqueles comunicados sui generis da "transgénicos fora do prato". Saberão eles realmente o que põem no prato? Parece-me que as regras todas que rodeiam os transgénicos, algumas apenas resultantes da aplicação do princípio da precaução, acabam por os tornar menos nocivos que as restantes culturas que ninguém sabe como foram fertilizadas, regadas, etc..

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Pelos vistos temos demagogia para todos os gostos sobre este assunto.
E assim se distrai o povo de situações mais sérias...

Anónimo disse...

O litoral de Esposende é francamente interessante, sobretudo o cordão dunar a norte que protege (por vezes com alguma dificuldade) os terrenos agrícolas, e que se prolonga para norte do rio Neiva tomando proporções magníficas até à foz do Lima.
Essa foi uma das razões que levou aos estudos preparativos para estender o "litoral de Esposende" ao Litoral Norte (que dá agora o nome ao parque), alargamento que o actual ministro inviabilizou. Inclusivamente o valor de toda a faixa litoral até ao rio Minho, bem como deste rio e do Lima levou a que estejam classificados como rede natura. É pena que não possam tirar partido de uma classificação que permitiria uma maior divulgação dos valores destas áreas.
Quanto à parte sul tem-se mesmo é que salvar-lhe os dedos, os anéis já se foram!
Entretanto foi já classificada uma faixa marítima com 2,5 milhas náuticas de largura, que permite preservar a diversidade marinha, e evitar a sobrepesca numa zona em que as plataformas rochosas (leixões) servem de abrigo a inúmeras espécies de peixes - quem ainda não ouviu falar dos "cavalos de Fão"?

Nautilus disse...

Caro Luis Miguel Correia

A demagogia funciona ao contráro do bom senso: este não há ninguém que não ache que o tenha, a outra todos dizem que não a praticam, mesmo quando o estão a fazer.

Nautilus disse...

Viva cardo azul!
Observações sempre oportunas. Permitem-nos ficar a conhecer um pouco melhor as nossas Áreas Protegidas.