02 junho 2020

Em Belém, junto ao Tejo

Desta vez, acabei a explorar algumas das preciosidades que ainda restam da Exposição do Mundo Português, que decorreu entre 23 de Junho de 1940 e 2 de Dezembro do mesmo ano; teve como objectivo celebrar não só a grandiosidade de Portugal à época, como também a fundação do Reino de Portugal (1140) e a Restauração da Independência (1640) - depois da vitória na Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques assume-se como rei em 1140.
Devido às características efémeras dos materiais utilizados e ao facto da zona ter sido fustigada por uma enorme tempestade no início de 1941, a maioria dos pavilhões foram destruídos. Somente a partir de 1960 é que esta zona merece uma atenção especial por parte do poder político, havendo uma intervenção de fundo em todo o espaço da actual Praça do Império e zonas adjacentes. Muitos dos espaços, pavilhões  e elementos esculturais foram recuperados, embora quase nenhum corresponda fielmente aos originais.
O Padrão dos Descobrimentos foi totalmente reedificado para assinalar os 500 anos da morte do Infante D. Henrique (Comemorações Henriquinas). O Museu de Arte Popular, que abriu as suas portas em 1948 e é considerado Monumento de Interesse Público desde 2012, estava integrado na outrora Secção Colonial da Exposição; o edifício ostenta alguns magníficos painéis com relevos sobre usos e práticas rurais e, no espaço exterior, a relembrar a sua vocação original do início da década de 40, ainda podemos apreciar uma lindíssima escultura de elefantes desenhada por Cottineli Telmo, embora em mau estado de conservação.
O farol, que pertencia originalmente ao Pavilhão da Terra e do Mar ainda por lá está, sobranceiro... esta área, que engloba muitos dos elementos que integraram a Exposição de 1940, está agora incluída numa chamada zona de protecção especial, embora não se perceba bem qual o seu objectivo, já que o espaço merecia mais e melhor por parte de quem o administra. Por fim, já que a noite se avizinhava, restava somente constatar que um passeio em Belém, junto ao Tejo, ao fim da tarde, é sempre um enorme prazer.

2 comentários:

garina do mar disse...

bem giro o passeio!!!
há uns anos usei o padrão para a capa de um livro... no contraste com o céu resulta sempre bem!!
mas confesso que nunca reparei nas esculturas de museu de Arte Popular...
os elefantes são giros embora pareçam mito ajoujados debaixo daquela pedra enorme...

Nautilus disse...

Por esta zona ando mais vezes. Sobretudo no Inverno. Pena o museu não reabrir, até porque a temática era interessante.