O Creoula, na sua nova função de navio de treino de mar, leva 2 pilhas de dóris a meio navio, uma em cada bordo. Estes dóris no entanto eram meramente decorativos e não tinham "condições" para se poder neles navegar. Até que, há pouco mais de 2 anos, numa estadia em Ílhavo, se lembraram de aproveitar a "arte" de um dos últimos construtores de dóris ainda existentes e mandaram construir um dóri "dos verdadeiros"!
E aqui está ele, no topo da pilha, exibindo em cada porto, a sua vela enrolada no mastro, os remos, e uma "amostra" de alguns dos "aprestos" que levava habitualmente para o mar:
o balde do isco,
a âncora flutuante,
um "cesto" com o espinhel (as linhas e anzóis já enfiados),
a âncora flutuante,
um "cesto" com o espinhel (as linhas e anzóis já enfiados),
o vertedouro e o antepassado do "megafone" que permitia "chamar" o navio em situações de nevoeiro ou de mar cavado.
Quem quiser saber mais pode sempre ler "Um Pequeno Herói. O Dóri dos Bancos. Bote dos Bacalhoeiros", do Capitão Marques da Silva, numa lindíssima edição do Museu de Marinha.
16 comentários:
Bem Vinda a bordo!A temperatura da água nesta altura, no hemisfério Norte não é muito convidativa a grandes mergulhos por isso este "passeio" no DÓRI vem mesmo a calhar!Parabens por recordar este Herói tantas vezes esquecido mas não menos importante na nossa história e cultura marítima.Obrigado por te lembrares dele porque ao mesmo tempo estás a prestar uma homenagem aos Homens que diariamente arriscavam a vida dentro desta minúscula casquinha, nos Mares gelados,para garantirem o sustento das suas famílias,OBRIGADO.JC.
bem...
quem faz a homenagem é o Creoula!! de cada vez que mostra pelo mundo fora os dóris tal como eram...
e o meu amigo Capitão Marques da Silva que escreve estes livros lindos não deixando que se perca a história da pesca do bacalhau!!
ah... e por acaso estou a pensar ir mergulhar amanhã nas águas frias do hemisfério norte!! a aproveitar que ainda não arrefeceram muito! e apesar de não gostar do frio não sou friorenta ;) (isso é para o Nautilus)
E estiveram muito bem ao
lembrarem-se de mais esta achega, deveras importante; é que os Dóris foram os principais companheiros dos homens na faina e, é fundamental que também esta componente da epopeia não seja esquecida!
é uma grande verdade!!! até porque os dóris eram os verdadeiros barcos da pesca...
Penso que sejam os pequenos barcos que os pescadores dos bacalhoeiros usavam para depois pescar à linha...que é algo que não imaginava que acontecesse, sairem do barco grande e ficarem ali tão expostos...
tal qual!!! e quando corria bem, enchiam-nos de tal maneira que a borda ficava a rasar a água, às vezes com ondas maiores que eles...
dá para perceber porque é que eram uns heróis!!
Visitar estes blogs sobre o mar, em especial os que recordam os tempos da nossa frota bacalhoeira, tem sido uma lição de vida para mim.
Menina da cidade e algo snob achava que os pescadores e embarcados seriam pessoas que cheiravam a peixe. Agora tenho oportunidade de apreciar como são cultos e como o estudar, só numa Universidade, não é rigorosamente nada quando comparado com a Escola de Vida que tiveram.A minha homenagem!
... fora os cursos que fizeram etc etc...
Fotografias lindas da palamenta de um dóri da pesca do bacalhau, onde se pode ver um cesto com o trole e as nepas, a bancada de vante com o burado, enora, para entrar o mastro que é fixo no fundo do bote na carlinga, um remo com a pinha de anel de três, que serve de batente na forqueta. A bancada assento do remador/pescador e encostado por vante a antepara do quete, para melhor arrumação do peixe e facilitar ao capitão a quantidade de peixe pescado pelo pescador. Um vertedouro e um par de polainas em couro para proteger as canelas do pescador da água salgada. A vela colhida, uma âncora flutuante, uma forqueta com o seu fiel amarrado à sarreta, para a forqueta não se perder. No alcatrate de EB o bronze onde se mete a forqueta e por fim um porta-voz, para chamar pelos outros botes ou pelo navio, quando por perto.
Cursos cara Swt? Cursos dão-nos estes senhores a nós.
Já viu esta "dissertação" (será de mestrado?) sobre como era aparelhado o dóri?
Obrigado caro A Ver Navios.
Consigo estamos sempre a aprender :)
Tens aqui umas fotos muito interessantes Miúda. E creio que o JC tem razão. Ao trazeres estas "lembranças" para aqui, estás também a contribuir para uma homenagem bem merecida aos Homens que corriam perigo nestas "cascas de noz".
Tanto vi a dissertação sobre como era aparelhado o dóri, que voltei a ver as fotos, porque para a minha vista tinha-me parecido que estavam quase vazios...imagine-se: quem não sabe é como quem não vê!
Por outro lado, achei que tinha que assinalar cursos, pois muitos deles, ao que me apercebi, tinham também preparação académica e de nível elevado, só que os licenciados da treta como eu, não davam o devido valor. Mas aí a culpa não é só nossa. Muitas familías queriam que os filhos fossem médicos, engenheiros, advogados, filósofos e o resto era paisagem. Até o meu pai sofreu por isso por ter tirado o curso de pintura...
A experiência da vida pode não ser tudo, mas às vezes dá origem a autênticos tratados!
O que também não será o caso aqui caro Navegante. Para além da experiência da vida parece-me que há uma grande dose de formação de base, de aplicação prática e de investigação.
Depois da faina, o navio -
Já lá vai pelo mar fora!
A faina foi dura e a carga
Foi tanta que o alcatrate
Quase que ficou rez-vez;
Tinham que olhar com cuidado
Aonde se punha os pés!
Não o sabia com veia poética... Muito bem!
Sou um homem de muitos (?) recursos....
Mas não é meu...
Boto
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