Confesso que sou suspeito, já que para mim, Artur Pastor é o melhor fotógrafo nacional que através da sua obra, conheço. Conseguiu, a preto e banco como se impõe, registar e transmitir, através de uma máquina fotográfica, um certo Portugal que, apesar de tudo, aqui e ali ainda teima em existir. Saudações à CML e à Fundação FMS que, num rasgo de clarividência e bom gosto, decidiram promover a edição deste livro dedicado ao artista e ao seu trabalho.
«Já corpos velozes tingem o mar de aparições súbitas, para logo se refugiarem amedrontados no fundo da rede» - foi desta forma poética, a um tempo lírica e épica, que Artur Pastor descreveria o copejo do atum ao largo do Algarve, objecto dos seus primeiros trabalhos, datados de 1943 a 1945 e realizados precocemente aos 20 anos, quando cumpria o serviço militar em Tavira. Notava-se já então o que viria a ser a sua trajectória futura, naquilo que esta tem de mais essencial e perene: ao longo dos anos, primeiro como amador e, depois, como técnico do Ministério da Agricultura, Pastor cartografou o país de Norte a Sul, percorreu o seu litoral e interior, conheceu de perto as gentes que trabalhavam na faina do mar e no amanho dos campos. Fê-lo com um afinco e um desvelo tais que só são explicáveis por um profundo amor a Portugal e ao seu povo.
Exposição a decorrer em Lisboa, na Igreja de Santa Engrácia: Artur Pastor - O Povo no Panteão
4 comentários:
Já vi algumas fotografias "avulsas" deste autor. Sempre muito interessantes. Sabes até quando estará a exposição?
acho que também já vi umas... da zona do Douro!! e afinal até quando está a exposição?
A exposição ficará patente ao público até ao próximo dia 6 de Fevereiro.
obrigada!!
Enviar um comentário