18 fevereiro 2019

Namíbia - Cape Cross (I)

Quando demos por terminada a visita à parte que nos interessava da Costa dos Esqueletos, rumámos outra vez a Sul, por um caminho diferente, para começarmos a ver, ao longo da estrada, umas bancas de madeira com algo lá em cima...
mais ou menos de 300 em 300 metros, havia um conjunto de três ou quatro, com o que viemos a descobrir que eram pedras de sal das mais variadas cores e formas.
Estão catalogadas e os preços são diferentes consoante o tamanho e beleza; quem queira, limita-se a tirar as que quiser e a deixar, numa lata, o dinheiro correspondente.
Algumas delas, de tamanho considerável, eram realmente muito bonitas... é impressionante ver o que a natureza pode fazer somente com sal e minerais.
Após algumas paragens pelas bancas e ainda antes de almoço, chegámos ao Cape Cross Lodge. Uma verdadeira estalagem, junto à costa, a fazer-nos recuar a tempos idos. Para além de muitos salvados que deram à costa, enormes ossadas de baleias decoram as paredes exteriores do empreendimento.
Segundo rezam as crónicas, o primeiro europeu a chegar a estas paragens foi Diogo Cão, em 1485, tendo chamado ao local Cabo Cruz. O padrão português dos Descobrimentos acabou por ser um dos símbolos do local
e damos com ele desde a porta de entrada, até aos guardanapos de pano que são colocados à mesa, durante as refeições.
Em 2001, como homenagem ao grande navegador, a Embaixadora de Portugal na Namíbia foi convidada a inaugurar o lodge, estando esta placa alusiva à efeméride em cima do balcão da recepção. Para nós, portugueses que se orgulham de o ser, é sempre algo emotivo ver que outros, nestas longínquas paragens, homenageiam os nossos. 
Depois de uma refeição ligeira e de termos examinado mais uns vestígios dos grandes mamíferos que periodicamente cruzam aquelas águas, era tempo de irmos visitar umas das maiores colónias do mundo de lobos-marinhos...

3 comentários:

Nautilus disse...

Giro o lodge. Mas o esquema de venda das pedras de sal é interessante: será que recebem o valor justo por elas?

Laurus nobilis disse...

As latas tinham dinheiro; eventualmente algum "esperto" poderá furar o esquema mas, dada a quantidade de bancas e pedras de sal que encontrámos ao longo do caminho, a coisa parece funcionar.

garina do mar disse...

tão giras as pedras de sal!!! vi umas assim no deserto de sal da Tunísia mas acho que só as vendiam em lojas… a ideia das bancas é original