02 dezembro 2022

Faial & Pico IV

Em Setembro de 1957, a 300 metros da Ponta dos Capelinhos, Ilha do Faial, registou-se uma crise sísmica com várias centenas de ocorrências. Após este “preambulo”, pelas 6:45 horas do dia 27 de Setembro, teve início uma erupção vulcânica submarina que, após alguns dias, originou a emissão de jactos de cinzas vulcânicas a cerca de 1000 metros de altura, acompanhados de uma nuvem de vapor de água que ultrapassou os 4 km de altitude.
A partir de 13 de Outubro, estes fenómenos passaram à emissão de gases e a deflagrações de piroclastos, começando a ser rapidamente sucedidos por violentas explosões que atiraram bombas de lava e grandes quantidades de cinza para o ar, enquanto que, por baixo, correntes de lava escorriam para o mar. A erupção evoluiu, acabando por formar uma pequena ilha chamada de "Ilha Nova" (ou "Ilha do Espírito Santo"), que chegou aos 800 metros de diâmetro e a cerca de 100 metros de altura; afundou-se no dia 29 de Outubro tendo, a partir desta data, a actividade vulcânica diminuído de intensidade.

A 4 de Novembro de 1957 a erupção vulcânica recomeçou e rapidamente aparece uma nova ilha, desta vez com um istmo ligado à ilha do Faial. A actividade eruptiva aumentou progressivamente atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, em que surgiu um segundo cone vulcânico.

Depois de uma noite de chuva torrencial e abundante queda de cinza, a 16 de Dezembro, cessou a actividade explosiva e começou o escoamento de lava incandescente a que se juntaram, três dias depois, explosões com jactos de cinzas e muitos blocos de pedra. Precisamente, no dia 29 de Dezembro, toda esta actividade eruptiva conheceu uma nova e breve pausa.

De Janeiro a Abril de 1958, reapareceram jactos de cinzas, tendo-se formado, junto ao farol e nas áreas adjacentes, dois areais que atingiram vários metros de espessura. A partir do dia 14 de Maio a actividade passou ao tipo estromboliano (explosividade média intermitente) com fortes ruídos, acompanhados de ondas infra-sónicas (frequência abaixo do espectro audível humano) que fizeram estremecer portas e janelas em toda a ilha e, por vezes, nas ilhas próximas, com a projecção de fragmentos de lava incandescente que subiram a mais de 500 metros de altura. Também nesse dia, surgiram fumarolas no fundo da Caldeira (vulcão central da ilha do Faial), que emitiram vapor de água com forte cheiro a enxofre e com lama em ebulição.
Em resultado da erupção, a área total da ilha do Faial (de 171,42 km²) aumentou em cerca de 2,4 km². Actualmente, essa área foi reduzida para cerca de 1/3, devido à natureza pouco consolidada das rochas e à acção erosiva do mar e do vento.

O Vulcão dos Capelinhos, situado na península com o mesmo nome, é hoje reconhecido como um marco na vulcanologia mundial, integrando o farol existente no local, desde Maio de 2008, o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos.
Fonte: vários textos sobre o acontecimento

2 comentários:

garina do mar disse...

esta zona é muito bonita!!! e o Centro de Interpretação do Vulcão é dos melhores centros de interpretação de entre os que já vi até agora...

Nautilus disse...

Paisagem fantástica! Lindo o contraste das cinzas e lavas com o mar e o verde das ervas.