01 dezembro 2007

A Restauração da Independência

Painel de azulejos do Palácio Galveias (Câmara Municipal de Lisboa)
Lisboa. 1 de Dezembro de 1640.
pelo nosso enviado especial*
Com o soar das badaladas das 9 da manhã no relógio do paço, um grupo de conjurados entrou no Paço, deu morte a Miguel de Vasconcelos, secretário da Duquesa de Mantua e por isso símbolo da regência de Espanha, e tomou posse das fortalezas e locais estratégicos da cidade de Lisboa.
Ainda antes do meio-dia, o governo interino enviava a notícia ao novo Rei e correios para as principais cidades e vilas de Portugal informando da aclamação do duque de Bragança como D. João IV, Rei de Portugal.
Estava restaurada a Independência de Portugal!

Este processo foi o culminar de um descontentamento que vinha de longe. Consta que já em 1634, três dos futuros conjurados - D. Antão de Almada e Francisco e Jorge de Melo - se juntavam para procurar forma de repôr em Portugal "um rei verdadeiro". Mas é em 1638 que começam as movimentações dos fidalgos conjurados, face aos descontentamentos provocados pelas reformas propostas por Madrid, designadamente a da transformação do reino de Portugal em província.
A participação do Duque D. João II de Bragança no "Conselho de Guerra" extraordinário de Lisboa, que teve lugar no Verão de 1639, terá sido determinante para dinamizar todo o processo: por um lado o "banho de multidão", que mostrou bem o "amor dos Povos" e o seu desejo de mudança; por outro, a estadia em Almada possibilitou os primeiros contactos entre o duque de Bragança e a fidalguia portuguesa. A revolta da Catalunha, em Junho de 1640, que desviou de Portugal as atenções de Filipe IV, terá também tido importância crucial.
Durante cerca de um ano os conjurados procuraram assegurar a participação popular e do corpo eclesiástico, até que no final de Novembro foi conseguido o assentimento do duque de Bragança, que decidiu que a aclamação teria lugar em Lisboa e não em Évora como inicialmente previsto.

No próximo dia 15 de Dezembro às 12h, terá lugar, no Terreiro do Paço, o juramento solene do novo Rei de Portugal, D. João IV.

*com a colaboraçao de Leonor Freire Costa e Mafalda Soares da Cunha, em "D. João IV", Círculo de Leitores

8 comentários:

garina do mar disse...

Viva Portugal!!!
Independência sempre!!!
e muito obrigada senhores conjurados por nos terem restituído o nosso País...

Laurus nobilis disse...

Aos que ainda hoje sentem que a Pátria é qualquer coisa de misterioso, feita com Alma e misturada com Terra, as minhas Saudações!

Aos Conjurados, a minha mais profunda homenagem!

Anónimo disse...

Vivam os Senhores Conjurados!

garina do mar disse...

viva senhor Chico Zé! há muito tempo que não aparecia por aqui!!!
já vi que não se esqueceu dos conjurados... é bom que haja quem se lembre destes feitos!!

cumprimentos à Maria dos Trigais e ao Francisquinho, sim? e apareçam!!

A VER NAVIOS disse...

É sempre bom recordar a nossa história, porque infelizmente há muito bom português que não a sabe ou já se esqueceu e porque é feriado nacional no dia 1º de Dezembro.
E então quando é bem contada.....
Parabéns.

Anónimo disse...

Diz-me o vento, que no actual Portugal são cada vez mais os traidores e os vendidos. É bom sentir alguém do meu lado da barricada...

Anónimo disse...

Somos a única nação da Península Ibérica que conseguiu conquistar a sua liberdade. Um agradecimento muito especial à Catalunha que, tendo lutado por ela não o conseguiu, embora indirectamente nos tenha ajudado bastante a estarmos fora da federação castelhana a que chamam Espanha.

Anónimo disse...

Quero mais uma vez agradecer aos Senhores Conjurados terem restaurado a independência do País que ajudei a criar.

Agradecimento que extendo a todos os que se orgulham de ser Portugueses e que por isso, mesmo nas pequenas coisas do dia a dia contribuem para manter vivo o espírito do "nosso" Portugal!