Fundada por desejo da infanta D. Maria (1521-1577), filha do rei D. Manuel, a primitiva igreja de S. Engrácia destinava-se a servir a nova paróquia criada pelo Papa Pio V, em 1568. As primeiras obras tiveram início em 1570, seguindo provavelmente um desenho de Jerónimo de Ruão.
Em 1630 foi profanado o sacrário e, em 1632, a Mesa da Confraria dos Escravos do Santíssimo Sacramento decidiu promover a construção de uma nova capela-mor, como expiação do sacrilégio.
Em 1681, a capela que ainda não estava acabada ruiu, tendo sido pedido um novo projecto a João Antunes que, em 1699, se tornou arquitecto régio. Foi graças a ele que esta igreja alcançou notoriedade, constituindo um monumento único na arquitectura do Barroco português. Após a morte deste arquitecto, em 1712, puseram-se dúvidas quanto à sua capacidade para suportar a cúpula, resolvidas entretanto pelo cônsul francês em Lisboa, Antoine Duverger.
No entanto, o destino das obras estava irremediavelmente traçado e não seriam mais retomadas até à segunda metade do século XX quando, o Ministério das Obras Públicas, propôs a finalização do edifício, que se tornara já no imaginário colectivo como de improvável conclusão, sendo as obras conhecidas de todos como “ as obras de Santa Engrácia -
excertos do folheto de divulgação do IPPAR.
Num decreto de 29 de Abril de 1916, o regime republicano escolheu esta igreja para Panteão Nacional.
16 comentários:
então e o que dizes destas polémicas todas sobre quem pode ou não "ir" para o Panteão?
Estiveram então paradas desde 1712???
A paciência lusa não tem limites; Surpreende-me sempre!
A questão não é fácil. Se por um lado o Panteão foi instituído pela república, o regime tem todo o direito de lá por os seus “heróis”, mesmo que estes tenham estado na génese de um dos mais horríveis assassínios da nossa história; eles lá sabem... por outro lado, um Panteão Nacional deveria ter, pelo menos eu penso assim, somente Chefes de Estado embora, no decorrer do regime republicano, tenham existido pessoas que levaram o nome de Portugal muito mais longe que a maioria destes, como é o caso da nossa Amália. O problema foi o de se ter começado a misturar as coisas; para mim, pôr debaixo do mesmo tecto os corpos de pessoas como Óscar Carmona, Humberto Delgado, Almeida Garret e Amália não faz sentido. Como vês, não tenho grande opinião mas, já que a confusão está instalada e não há bom senso, o regime que decida… para mim, este monumento será sempre a Igreja de Santa Engrácia!
Caro Blue Moon I, como eu concordo consigo... aliás, o melhor exemplo da paciência deste povo, é a calma com que os lisboetas aturam tudo aquilo que se passou e está a passar na Câmara Municipal; noutro qualquer lugar, já tinham atirado uns quantos da varanda do edifício abaixo, qual Miguel de Vasconcelos em 1640!
Muito interessante. Sabia que as obras tinham demorado muito tempo, daí a expressão, mas não fazia ideia que tinha sido tanto tempo.
Quanto à Câmara Municipal, vão ser tantos agora, pode ser que se "atirem" uns aos outros pela janela.
O orgão é lindíssimo!
Realmente é um orgão muito bonito e está francamente bem conservado; data do século XVIII.
quem era a Santa Engrácia? ou seja, o que é que ela fez para merecer uma igreja desta dimensão?
Boa pergunta; realmente não sei o que é que a Senhora fez durante a sua vida. Vou investigar!
A história está deliciosamente contada.
Santa Engrácia penso que foi freguesia de Lisboa, hoje chamada de S. Vicente de Fora. O Panteão Nacional, poucas pessoas se lembrarão era a Igreja de Santa Engrácia.
Como não sou lisboeta...., porém gosto de saber.
Quanto aos restos mortais das pessoas que lá estão, ou que para lá irão, não me pronuncio. Cada governo é um governo.
Santa Engrácia é uma mártir cristã, filha de um senador romano; nasceu em Braga, onde o seu pai tinha sido governador – século II d.C. Converteu-se ao cristianismo e foi sujeita a enormes suplícios em Saragoça, a mando de Daciano, perfeito romano desta cidade e responsável por milhares de mortos durante as perseguições efectuadas aos cristãos.
Mais informações em:
http://santaengracia-cds.blogspot.com/2005/10/santa-engrcia-histria-da-santa-mrtir.html
tinha que haver mão romana no assunto!!! devem ser responsáveis por grande percentagem de santos.. e depois com as barbaridades que faziam ainda tinham a lata de chamar bárbaros aos outros!
Caro a Ver Navios, isto é que é pontaria: os dois comentários às 17.49h!
A freguesia de Santa Engrácia ainda existe, tal como a de S. Vicente de Fora. Santa Engrácia tem 0,57 km² de área e tinha, em 2001, 5860 habitantes. São Vicente de Fora tem 0,31 km² de área e tinha, em 2001, 4267 habitantes.
A questão é que, actualmente, a Igreja de Santa Engrácia situa-se na freguesia de S. Vicente de Fora e não na freguesia de Santa Engrácia.
Abraço
Sim, decididamente, não gosto dos romanos!
São loucos!!!!
farpaitement!
mas tomavam banho todos os dias..
Enviar um comentário