Há dias estive numa recepção de fim do dia, no último piso de um dos edifícios do Parque das Nações.
O Oceanário parecia flutuar na água
e o Santa Maria Manuela estava certamente nos preparativos para uma próxima viagem.
milha náutica = 1852 m = um minuto de arco de meridiano
uma das formas de medir o mundo!
distâncias de viagens...
Há dias estive numa recepção de fim do dia, no último piso de um dos edifícios do Parque das Nações.
e o Santa Maria Manuela estava certamente nos preparativos para uma próxima viagem.
A parte "difícil" de dar 12 dias de aulas seguidos é passar várias vezes por dia em frente aos portões que dão acesso aos safaris e não poder ir...
ou uns escaravelhos a empurrar uma bola de "terra" maior do que eles...
E no acampamento dos cientistas (que não tem rede nalgumas zonas, incluindo por trás do meu bungalow) de vez em quando temos uns bónus:
é giro acordar de manhã e ter uns inhacosos (ou pivas; Kobus ellipsiprymnus) a descansar no "quintal",
ou ver uma família de imbabalas (Tragelaphus sylvaticus) a comer tranquilamente mesmo em frente à porta,
sem se incomodarem grande coisa com a minha presença.
E afinal, mas com muitos desvios porque a estrada estava mesmo bastante alagada, conseguimos chegar ao Mussicadzi. Víamos ali perto a Casa dos Leões mas o caminho até lá parecia bastante ensopado, e ao fim do dia e sem grandes árvores para ajudar a desatascar era melhor não arriscar...
Já não dava para grandes fotos, afinal tínhamos gasto bastante tempo com os leões e, sobretudo, a tentar encontrar um caminho para chegar ali.
Mas deu para o habitual gin tonic, e ainda uns amendoins,
enquanto víamos as mudanças de luz e de cor do por do sol.
Quando regressávamos, cruzámos no caminho com os 2M que regressavam também "a casa", provavelmente mais perto do Urema.
Quando saímos o guia perguntou se eu queria ver leões: os 2M, os novos "senhores" da Gorongosa estavam ali perto. Fomos lá, até porque ainda não os conhecia (a menos que sejam os dois que "descobri" há uns anos). Estavam no fim da pista de aterragem, um a revirar os olhos, o outro tranquilamente à sombra.
Como não nos ligavam nenhuma seguimos viagem. Para onde? Eu queria o Mussicadzi/Casa dos Leões, mas o guia disse que essa zona estava muito alagada e não dava para chegar lá. Sugeriu o Santuário mas ainda me lembravas das picadas das moscas tsé-tsé que tinha apanhado há uns anos, logo nem pensar. Propus a picada do Urema (de que eles não gostam, aliás o guia disse logo que estava alagada, o que não fazia sentido porque como é a antiga "estrada nacional" está mais bem construída que as outras). E fomos. De facto não estava nada alagada mas a vegetação ainda estava muito alta e não se via nada pelo que regressámos.
Fomos ver se os leões ainda lá estavam. De lá vinha uma pick-up do científico, perguntámos pelos leões, não os tinham visto. Quando dissemos onde estavam concluíram que tinham estado bem perto (e fora do carro). Aliás, uma das cientistas fazia tranquilamente um treino a correr na beira da pista. Foram avisá-la e nós voltámos lá.
O primeiro dormia completamente "esparramado", devem ter comido mesmo bem...
O segundo nem se tinha mexido de onde estava antes.
E seguimos. Íamos ver se conseguíamos chegar perto do Mussicadzi (ou do Urema) para ver o pôr do sol...
Pelo caminho cruzámos com um grupo mesmo, mesmo grande de impalas.
Também é interessante ver a "vida actual" do porto.
Ao lado, está a lenda de D. Fuas Roupinho e do Milagre da Nazaré,
No regresso ainda vimos umas esquivas inhalas (Tragelaphus angasii) e, chegados à picada 1, as sempre presentes impalas, que quase já não fotografo, excepto quando, como estas, estão em pose para a foto.
Um pouco mais à frente encontrámos os "meus" grous (ver aqui) e ainda um solitário boi-cavalo, ou gnu (Connochaetes taurinus), todos na mesma clareira.
Parámos depois numa zona mais aberta, para o habitual "café da Gorongosa com biscoitos", onde vimos os restos mortais (uns lindos cornos) de um cudo.
Reconfortados com o café ainda conseguimos ir até ao Mussicadzi onde vimos um guarda-rios (mais um!)
e a sempre imponente águia pesqueira africana (Haliaeetus vocifer).
O objectivo era fazer a picada que passa pela "floresta de areia". Logo no início demos com dois abutres de cabeça branca (Trigonoceps occipitalis) que estavam numa árvore à beira da estrada, provavelmente à espera que aquecesse um pouco mais para levantarem voo.
E depois entrámos na sempre interessante floresta de areia, de olhar atento para tentar ver um cabrito vermelho (Cephalophus natalensis) mas que nunca vi por lá.
Saídos do "tunel" de floresta ainda vimos ao longe uma gondonga, ou vaca-do mato (Alcelaphus buselaphus lichtensteinii) mas que não consegui fotografar (ou seja, consegui, mas tínhamos acabado de sair da floresta e ainda não tinha ajustado o ISO da máquina, por isso a foto ficou quase branca).
E a seguir, ao procurar um atalho para fugir da estrada que estva completamente alagada!, atascámos!! Começava a aventura no meio do mato...
Depois de algumas tentativas (sem sucesso) de tirar o carro só com a "tracção às quatro", o Lenny saiu do carro para resolver a situação com o apoio do guincho, o que também não parecia fácil: o cabo estava a fazer-se difícil para desenrolar-se da roldana...
Encontrada uma árvore, pequena mas robusta, e usando a força do guincho conseguimos desatascar.
E afinal até foi rápido! em menos de 10 minutos ficou a situação resolvida,
e deixámos só um enorme chavascal no meio do matope...