Continuando a nossa viagem para Norte, dirigimo-nos a Ruacana, tendo como objectivo vislumbrar Angola e ver as suas célebres cataratas no rio Cunene. Ficámos alojados no
Ruacana Eha Lodge que, diga-se de passagem, estava pouco direccionado para o turismo, embora não existam razões de queixa.
Quando chegámos ao local onde era suposto ver umas fabulosas cascatas completamente verticais com mais de 60 metros, limitámo-nos a olhar para o fundo e ver um riacho, relativamente pequeno... em vez de água a correr, vimos rocha, por onde era possível passear. Com a seca e com a existência de uma barragem a Norte, o Cunene não tinha água suficiente para se mostrar com todo o seu esplendor.
No entanto, há males que vêm por bem e, onde deveria existir uma fronteira natural de água, havia a possibilidade de se entrar, de uma forma pouco ortodoxa, em território angolano. Foi extremamente emotivo, para um de nós, pisar a terra natal, após ter dela fugido em 1975 e nunca mais ter lá voltado. Só por este facto, já tinha valido a pena deslocarmo-nos tão para Norte.
Mais a baixo, o rio tornava a tomar forma e deu origem a inúmeras expedições nas suas margens, realmente muito exuberantes e bonitas. Numa delas, ao pararmos o jipe quase em cima de um rebanho de cabras, veio ter connosco um pequeno pastor, que não devia ter mais de uns 7-8 anos e que, muito excitado por nos poder ajudar, já que não passávamos despercebidos, disse, apontando para a margem angolana: croc, croc...!
Percebemos de imediato que deveriam estar crocodilos visíveis... dois belos exemplares, apanhando Sol e nós, na outra margem, por lá ficámos a olhar, até um deles ter decidido voltar para a água. Belíssimo!
Este rio é uma valiosa fonte de água para a população Himba e que tem sido a razão deste local ter a a maior concentração de habitantes pertencentes a esta etnia que existe na Namíbia. Cruzámo-nos ao longo da estrada com bastantes, sobretudo mulheres e crianças e, efectivamente, as suas aldeias lá estavam. No dia seguinte, o destino seria um dos mais aguardados por todos nós...
3 comentários:
em Agosto seria muito pouco provável que houvesse água, não é só a seca, é mesmo a época do ano… mas o rio é giro, mesmo com pouca água!!!
e espero que continue a ser uma fonte de apoio às populações locais...
já os crocodilos, pois, têm essa mania de ir para dentro de água quando sentem que estão a ser observados :D
É pena não teres apanhado as cascatas com água. Mas será uma boa desculpa para voltarem lá.
Deve ter sido "marcante" a inesperada "visita" a Angola.
Os crocodilos eram Namíbios ou Angolanos?
Estavam no lado de Angola, mas parece-me que não têm passaporte...
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