17 novembro 2017

Um safari no Botswana - 4º dia: o passeio de mokoro (1)


Nesta manhã, depois de falar com o guia e transmitir-lhe a minha ideia - "contratar" um dos "pole drivers" e ir fazer um passeio de mokoro, em vez do previsto passeio a pé - fiquei à espera que os meus companheiros de viagem saíssem (não fosse mais algum, ou alguns, querer vir também) e saímos.
Passear de mokoro no delta é uma experiência fantástica! E como cheguei à conclusão que tinha uma selecção de trinta fotografias só deste passeio, vou só publicar agora uma ideia do que foi o passeio e depois, noutras oportunidades, a fauna e flora que fui encontrando pelo caminho...
No grande lago junto ao acampamento, vimos primeiro um elefante que se aproximou bastante da margem (fotos mais tarde) e depois lá estavam os hipopótamos que tínhamos ouvido toda a noite. Não percebi se não gostaram da nossa presença, ou se eram só "cuscos", mas começaram a aproximar-se devagarinho e achámos que era melhor seguir viagem, até porque no grupo estava um mais novinho.


Seguimos pelo canal que existia no outro topo do lago, entre caniçais, juncos, nenúfares e ervas flutuantes.

Um pouco mais à frente, noutro lago mais pequeno, estava uma manada de zebras e umas girafas que até nos deixaram aproximar bastante. Foi giro ver as zebras atravessar a água (fotos mais tarde) para ir ter com as girafas e com o barulho que faziam parecia que andava por ali um barco a motor.

Havia zonas em que os nenúfares, com as suas grandes folhas, quase cobriam a superfície da água. Fiquei a saber que as flores fechavam durante a noite e teoricamente deveriam abrir com a luz do dia, de maneira que ainda me fui entretendo a avisar algumas que já era dia ;) .

Há canais que quase não se vêem porque são invadidos pelas ervas flutuantes. Só mesmo os guias é que sabem que se pode passar por ali. Num destes parecia mesmo que estávamos a navegar num prado. Ainda chegámos a outro lago mais pequeno cheio de passarada quando o guia desata a puxar pelo mokoro para trás e a dizer "hiena! hiena". Que só ele é que via porque ia em pé, mas com o mokoro a deslizar bem depressa e eu com a máquina ao pescoço nem me atrevia a tentar levantar. Quando chegámos à ilha ou península onde estavam as hienas, e depois do mokoro encalhado, consegui levantar-me e vê-las mas já bem longe (também não é um bicho que eu ache entusiasmante por isso não fiquei muito frustrada por só ter tirado umas fotos fraquinhas...)

Continuámos o passeio, agora para um outro lago mais a sul, onde estava um grande grupo de cegonhas africanas de bico aberto (Anastomus lamelligerus) e mais umas quantas outras aves (fotos mais tarde).
E estava na hora de regressar. Tornámos a passar pelo grande lago dos hipopótamos e por fim chegámos ao canal em frente ao acampamento. Fomos até um pouco mais à frente para ver se andava por lá o hipo da véspera mas não estava e voltámos para o acampamento.


Os outros já tinham voltado do passeio a pé e disseram que não tinha sido nada de especial, inclusivamente viram menos animais que na véspera. Tive alguma dificuldade em esconder um grande sorriso quando lhes dizia que sim, que o passeio de mokoro tinha sido "bastante" interessante.
Em baixo está um esquema aproximado do passeio tirado do GoogleEarth. Pelas minhas contas foram três horas de passeio para percorrer cerca de 10 km de lagos e canais. A repetir algum dia...

2 comentários:

Laurus nobilis disse...

África é realmente outro mundo, que fará jus ao dito que afirma que nós podemos sair de África, mas que a África nunca sairá de nós!

Nautilus disse...

Lindo! Tens razão, é mesmo diferente de tudo, pelo menos do que existe por cá. Talvez no Norte da Europa consigas fazer passeios deste tipo em territórios alagados mas não vês esta bicharada...
Ficamos à espera do resto das fotografias :)