25 maio 2014

A barragem


"Acabou o trabalho"... é o que significa o nome da Barragem de Cahora Bassa, "o Orgulho de Moçambique". Mas não é bem ali que o Zambeze deixa de ser navegável, é um pouco mais a jusante, quase a meio caminho para Tete.
A primeira imagem é a de cima: uma pequena parte da albufeira e a barragem encaixada entre duas montanhas com as tomadas de água da central já disfarçadas na montanha da margem direita.
Quando nos aproximamos é de se ficar sem respiração ao ver aquela enorme parede, de 171 m de altura, encaixada numa estreita garganta do rio e um jacto (uma fuga de água) a sair de uma das comportas.
O orgulho de Moçambique mas também o orgulho da engenharia portuguesa dado que tudo naquela barragem foi dimensionado ao detalhe: escolher as rochas mais resistentes para implantar a barragem e a central, minimizar as escavações e o betão utilizado, incorporar ao máximo o resultado do quebramento de rocha, fazer o maior lago possível sem que no entanto estravazasse para além da fronteira de Moçambique...

São impressionantes os túneis escavados na rocha que dão acesso à central e aos seus 5 grupos geradores (à esquerda, na foto acima, vêm-se duas das saídas da água já turbinada). A central, com 220 m de comprimento e também toda escavada na rocha, não pudemos fotografar, mas há imagens (bem como toda a história) na página da HCB.

Do lago, que se estende por 270 km e atinge 30 km de largura, só se vê uma ínfima parte, até porque nos últimos 30 km antes da barragem o vale estreita consideravelmente e o rio serpenteia entre vertentes rochosas.
Gostei da mensagem de Samora Machel, inscrita numa lápide junto ao coroamento: "Esta maravilhosa obra do génio humano constitui um verdadeiro hino à inteligência, um promotor do progresso, um orgulho para os projectistas, construtores e trabalhadores desta fantástica realização.(...) Moçambicanos e Portugueses consolidem aqui a unidade, a amizade e a solidariedade cimentadas pelo aço e o betão armado que produziu Cahora Bassa (...)."

2 comentários:

Laurus nobilis disse...

Estás muito africanista... É realmente uma obra de engenharia, da qual nos podemos e devemos orgulhar. Pode ser que um dia ainda consiga passar por lá... Pelas fotografias, deve valer a viagem.

Nautilus disse...

Sortuda! Isto é uma obra quase parecida com a minha concha: tudo bem pensado e aproveitadinho :)
É pena não teres fotografias do lago mas às tantas será igual a outros. Que tal é o aproveitamento turístico?