O castelo dos Mouros constituía o centro de defesa e controle sobre um território vasto, essencialmente rural, no extremo ocidental do Garb al-Andaluz, o que aconteceu durante pelo menos cerca de quatro séculos, isto é, desde a sua fundação até momentos imediatamente posteriores à Reconquista. Pela sua situação geográfica e robustez, era considerado, juntamente com o castelo de Santarém, um dos principais pontos da estrutura militar da Belata - província muçulmana que corresponde mais ao menos ao Ribatejo e Estremadura.
Instalado num dos cumes sobranceiros da Serra de Sintra, numa área de “caos de blocos”, o castelo dos Mouros implanta-se sobre um forte maciço rochoso que, a Noroeste e Norte é aproveitado como defesa natural intransponível, e domina toda uma vasta região de plataformas calcárias circundantes constituídas por terrenos agrícolas.
O castelo apresenta uma planta irregular e é formado por dupla cintura de muralhas.
Na muralha exterior abrem-se portas de acesso em rodísio.
A segunda cintura de muralhas inclui cinco torres, de planta quadrangular e uma circular, junto às quais existem ainda vestígios de antigas construções.
No perímetro do castelo existem vários silos árabes, actualmente bastante entulhados.
Existem duas fases distintas de construção: uma mais antiga, datada dos séculos IX-X, e uma segunda fase, que inclui a edificação de algumas das torres existentes e a ampliação do recinto amuralhado, para um grande albacar, tendo em vista a protecção da população ali concentrada, o que é confirmado pela existência de uma cisterna localizada à entrada do castelo.
Em 1147, após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, o castelo entregou-se voluntariamente aos cristãos e D. Afonso
Henriques confiou então a sua guarda a "30 povoadores" a quem concedeu privilégios através de carta de Foral.
Nos séc. XIV-XV o desenvolvimento da vila velha de Sintra, levou ao lento abandono do castelo.
5 comentários:
Também lá estive há pouco tempo e gostei bastante! Não só do passeio a pé, pelo meio do arvoredo para chegar lá acima, como do Castelo propriamente dito, que está um verdadeiro "brinco"! É engraçado que embora se chame "dos mouros", li algures que nunca teve nenhuma batalha no seu historial.
eu também lá fui um dia destes!!
é um sítio muito bonito e o percurso lá dentro está bem feito: dá-se a volta toda sem repetir (quase) nada...
Sintra é uma verdadeira pérola! O grande Ferreira de Castro, não só fez a doação do seu espólio ao Povo de Sintra, como também é lá que estão os seus restos mortais!
O facto de ser "dos mouros" não é sinónimo de que devesse ter entrado em batalhas. Até porque Sintra acabava por estar num local recatado e eles renderam-se quando foi a tomada de Lisboa.
Mas penso que antes disso até pode ter tido algumas "confusões". Pelo que dizem os documentos houve umas "trocas" entre mouros e castelhanos.
Linda passeata! Já há muito que não a faço!
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