A “cidade velha de Santa Luzia”, localiza-se no topo de uma colina, com um belíssimo domínio estratégico sobre a paisagem envolvente, abrangendo a costa Atlântica, o rio Lima e a zona montanhosa interior.
No Séc. 8 a.C. era já habitada, mas o seu grande desenvol- vimento deu-se com a romaniza-ção da região, tendo mantido uma ocupação pelo menos até ao séc. 5, o que é sugerido por ter sido encontrado um conjunto de moedas dessa altura.
O castro, dispunha de um importante sistema defensivo, dotado de três linhas de muralhas e dois fossos.
A muralha interior, a que se encontra melhor conser-vada, dispunha de torreões de reforço (foto ao lado), no lado Norte, por onde o acesso ao povoado era mais fácil.
A terceira muralha, tal como uma grande área do castro a Sul, Sudoeste, foram bastante destruídas pela exploração de quartzo, abertura de estradas e construção do reservatório de água, pousada e jardins e santuário (há vestígios de habitações nas proximidades da Basílica de Stª Luzia).
As habitações estavam estruturadas em quarteirões, separados por muros de divisão e dotados de caminhos em lajeado. As casas seriam redondas ou elípticas, com e sem alpendre, e, nalguns casos mais ou menos rectangulares.
Os pavimentos eram de saibro ou terra argilosa batida e existem vestígios de lareiras e de bancadas circulares ao longo das paredes (ao lado).
A existência de uma pedra no centro das casas (ao lado) revela que a sua cobertura seria de materiais ligeiros com um apoio central.
Algumas casas têm fornos, escoadouro para a água da chuva (ao lado) e várias têm no exterior pias que poderiam ser bebedouros para o gado.
É famosa uma unidade habitacional construída com paramentos de aparelho helicoidal (em baixo), que constitui uma das mais belas unidades domésticas castrejas conhecidas.
No centro, existe uma pequena acrópole murada de que não se conhecem as funções.
Tal como noutros castros desta zona, em Santa Luzia encontram-se sobreposições das edificações, revelando que um primeiro castro foi destruído por um grande incêndio (Décimo Júnio Bruto, lembram-se?).
Além de uma função defensiva e protectora, em colaboração com os outros castros da envolvente e faixa marinha (São Paio, Terroso e São Lourenço), por exemplo, este povoado estaria também relacionado com o “comércio atlântico”. A vida diária estaria ligada à agro-pecuária e ao aproveitamento de frutos como a castanha e a bolota e dos recursos marinhos e fluviais, complementada por actividades artesanais de cerâmica, metalurgia, fiação e tecelagem.
O castro localiza-se por trás da pousada e basílica de Santa Luzia, facilmente detectáveis no monte que domina a cidade de Viana do Castelo. Para apoio à visita foram construídos passadiços sobre-elevados (nalguns sítios ocultam algumas das referências interessantes), mas recomendo que, se puderem, não se limitem aos caminhos definidos por esses passadiços.
Fontes: www.ippar.pt, www.monumentos.pt, www.castrenor.com, Guia de visita
6 comentários:
que giro! os meus primos de Viana também se sabiam instalar bem!!!
mas está visto que os da pousada eram um bocadinho invejosos ;(
Biana...e Abeiro..são tão irmãs tão irmãs..que até no dicionário vêm uma a seguir à outra......Abeiro e Biana.
A última vez que lá estive, as escavações não estavm tão avançadas. O Castro estava "fechado ao público", mas foram simpáticos e deixaram-me entrar e dar uma volta. Parece que daí para cá, trabalharam um bocado. Já está muita coisa à superfície, que na altura não estava. Ainda bem!
Boa reportagem, Nautilus!
Deves ter vindo aqui há bastante tempo. As últimas escavações são anteriores a 94. Foi nessa altura que instalaram os passadiços e conseguiram pô-los por cima de escadas, da entrada principal, do sistema de escoamento. Enfim!
E como disse, vale a pena ignorar esses passadiços e tentar andar pelo meio das casas.
Invitación para Milhas Náuticas a la Xuntanza de bloggers marinos en Galiza.
http://unamiradaalariadevigo.blogspot.com/2008/09/xuntanza-blogueir-en-san-vicente-do-mar.html
Grande abraço para todos!!!
Muito interessante :))
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