20 agosto 2007

Há uns anos (muitos, teria 12 anos e tinha saído da Beira há cerca de 2) fiz, no liceu, este trabalho sobre "A minha cidade".
Aqui fica como homenagem à cidade onde nasci
(A minha cidade é a cidade da Beira, situada no coração de Moçambique, no estuário do rio Pungué. Dela partem estradas nacionais e internacionais. É uma cidade moderna, com planta regular e estende-se ao longo do mar. As ruas são direitas e os monumentos são de estilo moderno. É um grande centro comercial mas, com a falta de boletins de importação, luta com dificuldades.
Está extremamente bem abastecida de água e electricidade, e a água, apesar de não ser das melhores, é bem melhor que a de Lisboa.
A cidade é uma terra com muitos verdes, pois a maior parte das pessoas desde o Macúti à Ponta Gêa vive em moradias com jardins particulares ou em pequenos prédios rodeados por relva e flores. Há alguns parques públicos, as ruas estão ladeadas de árvores e mesmo em pequenos largos há bocados arrelvados. Todos os jardins em geral estão bem tratados.)
(A cidade não é um mercado para as regiões vizinhas, porque, mais própriamente, não as há. O seu porto é classificado como o segundo da costa oriental de África. É na cidade que está a sede do distrito da Beira e é nela que está instalada a diocese do distrito.
É um maravilhoso centro turístico pelas suas praias, mariscos, campos de golfe e de ténis e pela sua animada vida nocturna. Possui cerca de 50 cabarets, 4 cinemas e variadíssimos cafés e restaurantes. Está a 200 km da cidade uma grande atracção turística: o Parque Nacional da Gorongosa onde vivem em completa liberdade todas as variedades de animais do mundo
A cidade está numa altura estacionária devido às crises das transferências monetárias e, a única coisa que progride é a construção.
O artesanato que lá se faz é constituído por trabalhos de peles e trabalhos indígenas.
Tem muitas fábricas: a Lusalite, a de cimento, a de sabonetes, as fábricas de algodão, óleos vegetais, açúcar, texteis, moagem, vestuário, mobiliário, cerveja, gelados, etc.
As fábricas situam-se nos arredores da cidade e a mão de obra é autóctone. Os trabalhadores vivem em bairros operários e a indústria é recente.
O único porto da região é o da cidade, que é um importante porto marítimo.
Os meios de comunicação são diversos e a maioria por terra: parte da cidade a estrada internacional para a Rodésia e as estradas nacionais que partem para a capital, cidade de Lourenço Marques, e para o sul e norte da província.
Tem uma moderna estação ferroviária da qual partem combois diários de passageiros e mercadorias para algumas regiões da província de Moçambique e para os países vizinhos. Existem carreiras de camionetas que servem as localidades do interior.)
(A HISTÓRIA DA MINHA CIDADE

A minha cidade tem cerca de 67 anos é uma fundação portuguesa e desconheço, tanto a origem do seu nome como qual é o seu documento mais antigo.
Os monumentos são em geral, como já disee, modernos, e o mais antiigo é uma torre de madeira e lata. Essa torre é o que resta duma igreja que fora construída quando a área ocupada pela cidade era um pântano. Nessa altura existia numa parte da cidade, que tinha sido menos pantanosa, um pequeno posto: o posto do Aruângua, no qual tinha siddo construída a igreja.
Na cidade há uma estátua, não me lembro das outras, e, essa estátua é em honra de Caldas Xavier, que foi um herói da integridade de Moçambique.
O nome das ruas e praças é geralmente em honra de pessoas e épocas ilustres. Existe uma rua, a rua do Aruângua, para lembrar aos beirenses que a cidade se originou desse pequeno posto situado no pântano.)

7 comentários:

Laurus nobilis disse...

Já com gosto pela escrita. Bela reportagem ó Garininha... Parabéns à cidade da Beira e à sua gente!

garina do mar disse...

aqui deviam ser mais as saudades a falar...
há por ali coisas que nem sei onde fui buscar!! mas lembro-me perfeitamente de estar a discutir com a minha mãe a questão dos boletins de importação e transferências monetárias...

A VER NAVIOS disse...

Que lindo!
Quão gratificante é ter estas recordações da nossa meninice.
É verdade, como diz o Laurus, já tinha gosto pela escrita, nota-se . Adorei o texto, a descrição e as imagens. Li e reli.
Pena tenho de não conhecer Moçambique, apesar de ter passado por meio mundo.
Há uns meses atrás a minha mãe descobriu no seu sotão e cheia de orgulho deu-me o meu CADERNO DIÁRIO de MATEMÁTICA, do primeiro ano do liceu no ano lectivo de 1963/1964.
A Garina do Mar relembrou-me e como está sempre junto a mim, não resisto em fazer um scanner e colocá-lo no meu blog.
Peço-lhe desculpa por lhe copiar a ideia.
Agora para rir:
Tenho no meu baú, também do sotão da minha mãe, o livro de "Lições de Física" do 4ª ou 5º ano do liceu, onde no título acrescentei um A e um F, passando o manual a chamar-se "AFLIÇÕES de FÍSICA".

garina do mar disse...

também tenho os cadernos todos da primária e muitos desenhos feitos na escola!!
mas só publiquei este porque queria dar uma prenda diferente aos 100 anos da Beira...
pode "copiar" a ideia à vontade!!

A VER NAVIOS disse...

Já tá obigado.

Nautilus disse...

Que grande reportagem! Fica-se mesmo a saber tudo sobre a Beira.

(50 cabarets? Tens a certeza?)

garina do mar disse...

dos cabarets não sei... já não me lembro ;(
parecem muitos não é?