Parece que o
projecto vencedor do concurso de ideias para o Jardim
da Praça do
Império, em Belém, lançado pela Câmara Municipal de
Lisboa, não
engloba os trinta arranjos florais que representam os
brasões das capitais
de distrito e das antigas províncias
ultramarinas portuguesas.Com efeito,
embora muito degradados, por
incúria municipal, estes Brasões, que
fazem parte da nossa História
colectiva, irão desaparecer de vez, dando
lugar a um relvado...
A desculpa,
prende-se com o dinheiro que se gastava para a
manutenção dos arranjos. Para nós, é preconceito e tacanhez de
espírito, pelo que aqui deixamos,
para memória futura, os Brasões
das antigas províncias ultramarinas
portuguesas que subsistiram até
ao Séc. XX. Nunca ninguém
construiu o futuro,
sem ter em conta o passado!
A Junta de
Freguesia de Belém, publicou hoje, o seguinte
comunicado de imprensa:
Comunicado à População e à Imprensa
Brasões do Jardim da Praça do Império
A Junta de Freguesia de Belém foi
ontem contactada por
um órgão de comunicação social, questionando sobre
o resultado
do suposto Concurso de Ideias para os jardins da Praça do
Império.
Fomos surpreendidos por sabermos por
um OCS
(em vez de comunicado pela Câmara Municipal de Lisboa) que
havia um
vencedor, não tendo a Junta de Freguesia sido consultada
em
nenhuma parte do processo de decisão, nem conhece quais
os projectos que
concorreram e nem sequer qual o vencedor.
Desde o início desde processo que a
Junta de Freguesia
de Belém e a generalidade dos Fregueses de Belém se
opuseram
a qualquer intervenção no jardim que não incluísse a
reabilitação
dos Brasões.
Os brasões são história viva. São
história preservada.
São símbolos do passado que nos ensinam a viver o futuro.
Qualquer tentativa de branquear a
história através da eliminação de
símbolos apenas enfraquece o seu povo e a
memória colectiva.
A Junta de Freguesia de Belém não
admite qualquer solução que
não inclua a reabilitação dos brasões que ali
existiam e que a Câmara
Municipal de Lisboa desprezou de tal forma que os
desconfigurou
e estragou.
A Junta de Freguesia de Belém não
permitirá que qualquer
revanchismo ideológico apague a nossa memória
colectiva.
Assim, a Junta de Freguesia de Belém
utilizará todos os instrumentos
legais ao seu dispor para evitar que esta decisão
da Câmara
Municipal de Lisboa seja efectivada e, mais uma vez, reitera a
sua
disponibilidade para assumir na plenitude, a reabilitação, gestão e
manutenção daquele espaço emblemático da Cidade de Lisboa,
da nossa Freguesia e
também de Portugal.
Belém, 19 de Julho de 2016.