Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal e primeiro Conde de Oeiras, instalou a sua quinta de recreio junto à Ribeira da Laje, no actual Concelho de Oeiras, ocupando uma vasta área de terrenos.
Na chamada Quinta de Baixo, situava-se o palácio, solar típico do séc. XVII, os jardins, o lagar, a adega e o celeiro. Esta propriedade estava ligada à Quinta de Cima ou Quinta Grande, por uma alameda designada Avenida dos Loureiros, hoje inexistente. Todo o projecto é da responsabilidade do arquitecto húngaro Carlos Mardel, também responsável pela construção do Aqueduto das Águas Livres.
Na Quinta de Cima, estava integrada a Casa da Pesca e a Cascata dos Gigantes. Nesta propriedade fazia-se, nesses tempos, a produção de bichos-da-seda, estando vocacionada em termos agrícolas sobretudo para a produção de azeite, vinho e frutos.
Na segunda metade do século XX a propriedade foi fraccionada e vendida, tendo a Quinta de Baixo sido adquirida pela Fundação Calouste Gulbenkian e a Quinta de Cima comprada pelo Estado, instalando-se lá a Estação Agronómica Nacional, entretanto criada em 1936.
Sobre a designação “Casa da Pesca” há várias teorias. Uns, dizem que neste lago que se vê, o Marquês foi um dos precursores da aquicultura, produzindo peixes para consumo; outros, dizem que quer da Ribeira da Laje, quer do mar que fica perto, vinha o pescado que era ali “trabalhado”, para ser posteriormente consumido.
O enquadramento é lindíssimo e todos os painéis de azulejos têm motivos relacionados com o mar, ninfas e estranhos animais marinhos, sendo de uma enorme beleza. O complexo, que está classificado como Monumento Nacional desde 1940, encontra-se numa fase de degradação e abandono que choca mesmo o político mais indigente, sendo urgente uma intervenção cuidada e profunda no local.