30 dezembro 2018

Um passeio na Bretanha: Brocéliande


Resolvi saltar por cima do 33 (lá voltarei) e ir directamente para o 34 do mapa, a floresta de Paimpont ou de Brocéliande.
É mais um exemplar da floresta atlântica que ainda resiste na Bretanha e ao qual está associado o imaginário de Artur, Merlin e Morgana.


Existem vários guias e percursos assinalados que nos levam a percorrer os caminhos desta floresta de carvalhos e faias,

a visitar o "túmulo do Merlin" (na foto abaixo), onde apenas são visíveis as duas lajes que restam de um "dólmen de corredor", completamente destruído por caçadores de tesouros,

e o "vale sem retorno", onde Morgana aprisionava os cavaleiros infiéis no amor e onde a ribeira mostra a influência do minério de ferro na região.

Aqui perto, na aldeia de Tréhorenteuc, pode-se passar umas horas no posto de turismo tão grande é o acervo de informação e de merchandising sobre a floresta e o "imaginário arturiano".
E não se pode também deixar de ir espreitar o magnífico carvalho alvar (quercus petraea), em francês "chêne sessile ou rouvre",


que, com mais de 23 m de altura e uma circunferência do tronco com mais de 5 m a 1,3 m de altura, domina a floresta que o envolve.

E nesta floresta encantada são também muitos os lagos e lagoas como o "étang" de Pas du Houx com o seu lindíssimo castelo e floresta envolvente.

E quando andava à procura de um guia online para deixar aqui com mais informação, cheguei à conclusão de que fiquei com muito por ver.

23 dezembro 2018

22 dezembro 2018

Namíbia - Walvis Bay (III)

O litoral entre Swakopmund e Walvis Bay, caracteriza-se pela existência de um cordão dunar de enormes dimensões, quer em extensão, quer na altura que as dunas atingem.
Assim, após o nosso passeio de mar da manhã, seguimos em viaturas 4x4 em direcção a Sandwich Harbour, um pouco a Sul de Walvis Bay, que é um dos únicos locais do mundo onde as dunas do deserto se encontram com as ondas do mar.
Como o deserto é um "ente" dinâmico, é frequente, na cota mais baixa, junto ao mar, verem-se vestígios da actividade humana que o deserto tomou como seus.  
O nosso guia era um entusiasta do local; este tinha sido, segundo ele, uma espécie de recreio durante toda a sua juventude e, as alterações constantes que se verificam nas dunas, muitas vezes de um dia para o outro, eram verdadeiramente estimulantes em termos de condução. Dentro do jipe, houve de tudo... quem se assustasse e também quem delirasse.
Quando começámos a subir e chegámos lá cima, os diferentes tons que a areia e o mar assumem provocam contrastes incríveis, que nos fazem sentir a grandiosidade e o esplendor deste sítio.
Estamos a centenas de metros do nível do mar e, como tal, o vento impõe-se... 
não só andar por nós próprios é difícil, como tirar fotografias torna-se um verdadeiro quebra-cabeças, já que não só é custoso mantermo-nos quietos, como a areia entra por todos os lados que não estejam devidamente protegidos, incluindo ouvidos, bolsos dos blusões, e, claro, máquinas fotográficas. 
Nas cumeadas das dunas, para além de haver sempre uma camada de areia em circulação, é frequente verem-se remoinhos com alguma dimensão.
No regresso, parámos, conforme o programado, para um pequeno repasto numa depressão abrigada já conhecida do nosso guia e, já quase a chegar a Walvis Bay, ainda tivemos tempo para nos deliciarmos com este magnífico pôr-do-sol.

15 dezembro 2018

Namíbia - Walvis Bay (II)

Efectuado o primeiro reconhecimento, lá fomos à procura do catamaran que nos havia de preencher a manhã, com uma volta pela baía.  Os primeiros a nos darem as boas-vindas, foram os pelicanos...
Assim que zarpámos, apareceram os lobos-marinhos, não só a acompanharem a expedição, competindo em velocidade com a embarcação, 
como a quererem boleia de vez em quando, saltando sem qualquer timidez para o convés. Por lá, apesar de terem orelhas, chamam-lhes focas-do-cabo.
Mas, no que se refere a convívio de perto, os pelicanos também não lhes ficaram atrás; durante a viagem, acho que ficámos a saber tudo o que há para saber sobre estas simpáticas aves e curiosos mamíferos, já que a operadora, uma namibiana com uns sessenta e tal anos, era uma verdadeira entusiasta destas duas espécies.
Lá mais para o meio da baía, começámos a ser acompanhados por golfinhos que, como sempre,
proporcionam momentos francamente agradáveis onde quer que seja, a que não podemos ficar indiferentes. Baleias, só na época das migrações...
Mais ou menos no mesmo local, aparece uma enorme zona destinada aos viveiros de ostras, que forneceram um dos principais ingredientes do almoço que, entretanto, nos foi servido a bordo; verdadeiramente deliciosas, quer em consistência, quer em sabor.
Continuando, até ao lado oposto da baía, percebemos de onde vêm os lobos-marinhos... uma colónia  com umas largas centenas de animais, ali, mesmo à nossa frente; ainda estivemos uns quinze minutos parados, quase à deriva, a observá-los.  
Um pouco mais à frente, já na transição para o mar aberto, imperam os corvos marinhos que, aos milhares, tornam a areia quase preta. Agora, era tempo de voltar ao porto para, depois deste agradável passeio, irmos, durante a tarde, até onde o deserto acaba no mar...

09 dezembro 2018

Um passeio na Bretanha: as ostras de Cancale


Cancale, o 32 do mapa, é sobretudo conhecida pelas suas ostras.
E é verdadeiramente notável a área ocupada pelas 975 concessões de ostreicultura:


que permitem umas imagens bem engraçadas,

cheias de contrastes.

Não sei como é que os tractores andavam por aquele lodaçal, por vezes bem carregados.

Enquanto fotografava os talhões de ostras num instante montaram um pequeno mercado, com meia dúzia de tendas (na realidade são 8: ver aqui), no paredão do molhe.

Provavelmente o mercado também funciona à maré para assegurar ostras fresquinhas.

06 dezembro 2018

Um passeio na Bretanha: Cancale e a ponta de Grouin


Com falta de tempo para passeios há que ir ao baú e ainda bem! porque dei conta que não tinha acabado de contar o passeio que fiz na Bretanha.Tinha ficado em Saint Malo, o nº 31 do mapa e era agora a vez de falar do nº 32, Cancale, já quase no fim da costa Norte da Bretanha.
O primeiro local de paragem foi a ponta de Grouin, numa zona de costa bastante irregular, cheia de ilhotas, promontórios e claro pequenas baías sempre bem aproveitadas como fundeadouros.


O "semáforo" da ponta de Grouin, essencial para assinalar os inúmeros perigos desta costa, partilha o seu espaço com um centro de interpretação dos espaços naturais que o rodeiam.

Ao longe, já na Normandia, vê-se por entre as brumas a mística silhueta do Monte Saint-Michel, que desta vez não visitei.

Quando nos aproximamos de Cancale começam a ver-se os viveiros das ostras que tornaram esta povoação tão conhecida e de que falarei mais tarde.

E depois o porto dominado por um pequeno farol (mais um)

e pelo engraçado farolim do molhe.

01 dezembro 2018

Restauração da Independência de Portugal



in desdobrável comemorativo do 1º de Dezembro de 1640 - CML / GEO / SHIP, 2002

24 novembro 2018

Namíbia - Walvis Bay (I)

Retemperados com o café e a tarte de maçã em Solitaire, voltámos ao deserto para, uns quantos quilómetros depois, pararmos no local onde passa a linha do Trópico de Capricórnio. Com uma placa cheia dos mais diversos tipos de autocolantes, alguns bem engraçados, acaba por ser um registo para ficar na nossa memória...   
Embora tivéssemos arrendado um apartamento em Swakopmund, modalidade "airbnb", já que queríamos visitar a cidade, o nosso primeiro objectivo era Walvis Bay, onde tínhamos agendada, para o dia seguinte, uma viagem de catamaran pela baía e arredores, assim como, à tarde, uma expedição de jipe ao cordão dunar, junto ao mar, ligeiramente a Sul da cidade.
Ao darmos uma primeira volta de reconhecimento, acabámos numa praia deserta, já no extremo esquerdo da baía, onde tivemos o primeiro contacto com lobos-marinhos; estes, em número de três ou quatro, divertiam-se a surfar as ondas, mesmo ali à nossa frente...
Uma verdadeira delícia de se ver e uma certa inveja de não podermos fazer o mesmo, já que a água é bastante fria e os fatos isotérmicos tinham ficado em Lisboa.
Um pouco mais ao lado, mas no interior, junto às salinas existentes ali à volta, uma população de alguns milhares de flamingos. A lagoa é natural, rodeada de enormes dunas de areia alaranjada, proporcionando um espectáculo notável; disseram-nos depois que, pelo facto de ser Inverno e estar mais frio, sobretudo à noite, as aves deslocam-se em grande número para outras paragens. No entanto, para nós, o enquadramento foi perfeito!
Como já era tarde e precisávamos de pernoitar, dirigimo-nos para Swakopmund, que dista apenas cerca de 30 km de Walvis Bay. No dia seguinte, pela manhã, cedo, voltámos e chegámos ao porto de mar, onde estava programado o encontro para a expedição no dito catamaran.
Sendo o principal porto da Namíbia e um dos centros turísticos mais populares do país, Walvis Bay parece ser uma cidade próspera. O seu nome deriva de "Whale Bay" (Baía das Baleias) e, chegados ao local, os vestígios destes enormes mamíferos estão por todo o lado. Para além dos operadores dos catamarans, podem ver-se restaurantes simpáticos e lojas de souvenirs ligados à Namíbia marítima, tudo construído em madeira e maioritariamente assente em estacas, a entrar pelo mar...