31 outubro 2017

Samhain


É nesta noite que a estação clara cede lugar à estação escura. E é a noite em que os dois mundos se encontram através do Sid.
Mas é também a transição para o novo ano que agora começa.

Bom Ano Novo!

27 outubro 2017

Um safari no Botswana - 3º dia: o passeio a pé


Não gostei muito do passeio a pé. Primeiro, porque era um passeio de um grupo de 12 pessoas mais dois guias, em que nem todas teriam bem (ou mal) a noção do que era uma aproximação aos animais da selva...
Estavam previstos dois passeios, um ao fim do dia, mais curto, que duraria até ao pôr do sol, e outro na manhã seguinte, mais longo.
Depois o passeio para mim começou mal. Estava marcado para as 16h30 e eu, que não uso relógio nestas coisas, até ia de vez em quando vendo as horas na máquina fotográfica para ter tempo de me organizar. Estava a acabar um capítulo de um livro quando um dos guias me vem dizer: "estamos todos à sua espera!" Uups... ter-me-ia enganado nas horas à conta da diferença de fusos horários? É que para mim eram 15h30. Nem pensei: fui a correr para a tenda, calcei os sapatos, enchi o cantil e nem sequer organizei o que ia levar de material fotográfico... agarrei mesmo na mochila não me fosse esquecer de alguma coisa, levando por isso muito mais carga do que tinha pensado.
Quando saio da tenda tinha todo o grupo a olhar para mim e seguimos, indo eu pelo caminho a tirar a máquina, à procura do melhor sítio para amarrar o cantil, a pôr protector solar porque afinal estava muito mais sol do que tinha pensado...
Terminada a logística, e depois de mandar o guia que fechava o grupo desligar o telemóvel onde ele ia recebendo mensagens, resolvi perguntar a um dos meus companheiros de aventura que horas eram. "15h50" diz-me ele... "saímos mais cedo do que estava previsto." Pois, bem mais cedo... Enfim... agora era seguir com o passeio.
Pouco depois o guia faz sinal: uma girafa. Eu segui a técnica do costume: uma primeira foto e só depois tentaria a aproximação, até porque com gente a falar, a fazer "piii" cada vez que ligavam ou desligavam as máquinas, não deveríamos conseguir chegar muito perto...
No entanto, por estranho que parecesse, a girafa não saía de onde estava...


Comecei a tentar perceber o que se passava e vi, até mais perto de nós, uma jovem girafa que, cusquinha, tentava perceber quem nós éramos. Avisei o guia: "a girafa não sai dali porque tem uma cria e está a protegê-la, não faz sentido aproximarmo-nos tanto, só servirá para a stressar". O guia que não tinha visto a cria, foi dizendo que sim mas nada fez para se afastar. Foi preciso eu ir explicando um a um que estávamos a perturbar a girafa e lá seguimos viagem.

Um pouco mais à frente estava um elefante. Como estávamos contra o vento não nos sentiu logo e continuou entretido a comer folhagens.

Depois foi uma manada de impalas que passou a correr entre nós e o elefante. Essas viram-nos e pararam a uma distância a que se sentiam seguras. E ainda vimos mais duas girafas, essas bem mais ariscas do que as anteriores...

Entretanto era hora de começarmos a regressar. Mesmo assim sugerimos ao guia um pequeno desvio para nos tentarmos aproximar mais um pouco do elefante. Por essa altura ele já nos tinha visto mas ia-se afastando tranquilamente... Até o vimos a abanar uma palmeira para deitar abaixo os frutos, mas essa cena não consegui fotografar.

E regressámos, pela margem do grande lago que estava próximo do acampamento, ouvindo os hipopótamos a resfolegar mas sem os vermos (nem a eles nem ao pôr do sol) porque os juncos eram altos e o guia ia a uma velocidade tal que nem dava para parar para uma foto.
Só mesmo à chegada ao acampamento é que consegui fotografar as árvores iluminadas por um sol que já tinha desaparecido.


Estava decidido! No dia seguinte não iria fazer o passeio a pé! Até porque tinha uma ideia que me parecia bem mais interessante mas que só podia pôr em prática depois dos outros saírem...
(continua...)

22 outubro 2017

Um safari no Botswana - 3º dia: a envolvente próxima


Sem sair do acampamento conseguia-se perceber bem que estávamos na selva. Uma boa parte da envolvente eram os lagos e canais que tínhamos percorrido para chegar ali.
E pouco depois de termos chegado alguém grita "hippo". E lá estava ele, do outro lado do canal, a comer erva, o que não é habitual durante o dia.


Passando os olhos pelas margens dos canais via-se uma cegonha-de-bico-aberto africana (Anastomus lamelligerus) que andou por lá enquanto lá estivemos,

e mesmo ao pé dos mokoros passeava-se um abetouro (Botaurus stellaris), espécie que também é possível ver por cá mas normalmente mais escondida.

Ao início da tarde, um hipopótamo, desta vez dentro de água, refrescava-se ali bem perto. Seria o mesmo? não sabemos, mas o que o trazia ali podia ser mesmo a curiosidade porque o canal naquela zona não era suficientemente fundo para o cobrir totalmente de água.

Ao fim do dia, noutra zona do canal, estava outro e ouvia-se bem o resfolegar característico proveniente de um lago próximo onde estariam certamente vários hipopótamos. No dia seguinte viríamos a confirmar que o delta era o paraíso dos hipopótamos.

E ainda que do acampamento também se podiam ver elefantes, se bem que um pouco mais ao longe...

(continua...)

14 outubro 2017

Boca do Inferno

 Já não ia lá há muito tempo...
Hoje, passei por lá de manhã.
O mar estava calmo, muito calmo e,
como sempre, bonito, de um verde escuro que atrai...
Ao fundo, o Farol da Guia.
Já nem me lembrava desta placa e decidi investigar. Encontrei este registo, no arquivo do nosso Fernando Pessoa: aqui

09 outubro 2017

Volvo Ocean Race 2017-2018: o prólogo


Depois de uma longa estadia em Lisboa, nos estaleiros onde foram preparados, montados e aparelhados, os 7 veleiros que vão correr a Volvo Ocean Race fizeram-se ontem ao mar.

Era suposto que a largada da regata de "aquecimento", ou seja o troço 0, fosse em Lisboa mas a falta de vento levou-os até à zona do cabo Espichel e foi daí que largaram em direcção a Alicante (clicando na foto é possível seguir a regata).

Tirando o caso das grandes naves onde os cascos foram preparados, e que incluem as estufas de pintura dos cascos e dos mastros,

os estaleiros de Lisboa são uma duplicação dos estaleiros de Alicante, e irão ambos dar a volta ao mundo em contentores, de forma a serem instalados em cada escala antes que cheguem os veleiros da regata.

Assim, algumas das oficinas são os próprios contentores,

e os restantes equipamentos, escritórios, etc., são desmontados e contentorizados.

Os veleiros vão largar de Alicante no próximo dia 22 e terão que chegar a Lisboa até dia 2 de Novembro dado que a 3 é a regata dentro do porto. O "village" de Lisboa abre no dia 31 e aí poderá ver os veleiros e obter informação sobre as equipas e sobre a regata. No dia 5 de Novembro largam com destino a Cape Town.

05 outubro 2017

Um safari no Botswana - 3º dia: a caminho do acampamento


O delta é um espanto! Nunca tinha visto nada assim: numas zonas são uns lagos enormes,

noutras, onde aparentemente seria terra firme, existem estreitos canais

dissimulados entre "erva flutuante", caniçais e nenúfares.

A distância a percorrer ainda era grande: quase 3 km, medidos em linha recta, entre a "estação dos mokoros" e o acampamento; quase 2 horas de viagem.

Pelo caminho viam-se muitas aves, como este guarda-rios, ou martim pescador (Ceryle rudis): era lindo vê-los a "peneirar" e a mergulhar na água (não consegui apanhar nenhum com "brinde").

Também se ouvia o pio característico das águias pesqueiras africanas (Haliaeetus vocifer) mas aqui só consegui fotografar este juvenil.

Por fim, debaixo daquelas árvores estava o acampamento:

seis tendas duplas, com camas de campanha e um "anexo" com uma retrete química, duas cadeiras em frente de cada tenda, um toldo para a "cozinha", e ainda umas tendas individuais dos guias e guardas. No centro das tendas foi depois acendida uma fogueira, e ainda havia, por trás das tendas, uma "retrete campestre" e um duche.

A envolvente era também fantástica mas essa será outra história... (continua)