19 julho 2016

Quando se quer apagar a História...

 Brasão de Armas da Guiné Portuguesa
 Brasão de Armas de Angola
  Brasão de Armas de Cabo Verde
 Brasão de Armas de Macau
 Brasão de Armas de Moçambique
 Brasão de Armas de São Tomé e Príncipe
 Brasão de Armas do Timor Português
Brasão de Armas do Estado da Índia

Parece que o projecto vencedor do concurso de ideias para o Jardim
da Praça do Império, em Belém, lançado pela Câmara Municipal de
Lisboa, não engloba os trinta arranjos florais que representam os 
brasões das capitais de distrito e das antigas províncias 
ultramarinas portuguesas.Com efeito, embora muito degradados, por
incúria municipal, estes Brasões, que fazem parte da nossa História
colectiva, irão desaparecer de vez, dando lugar a um relvado...
A desculpa, prende-se com o dinheiro que se gastava para a 
manutenção dos arranjos. Para nós, é preconceito e tacanhez de 
espírito, pelo que aqui deixamos, para memória futura, os Brasões
das antigas províncias ultramarinas portuguesas que subsistiram até 
ao Séc. XX. Nunca ninguém construiu o futuro,
sem ter em conta o passado!

A Junta de Freguesia de Belém, publicou hoje, o seguinte
comunicado de imprensa:

Comunicado à População e à Imprensa
Brasões do Jardim da Praça do Império

A Junta de Freguesia de Belém foi ontem contactada por
um órgão de comunicação social, questionando sobre o resultado
do suposto Concurso de Ideias para os jardins da Praça do Império.
Fomos surpreendidos por sabermos por um OCS 
(em vez de comunicado pela Câmara Municipal de Lisboa) que
havia um vencedor, não tendo a Junta de Freguesia sido consultada
em nenhuma parte do processo de decisão, nem conhece quais
os projectos que concorreram e nem sequer qual o vencedor.
Desde o início desde processo que a Junta de Freguesia
de Belém e a generalidade dos Fregueses de Belém se opuseram
a qualquer intervenção no jardim que não incluísse a reabilitação
dos Brasões.
Os brasões são história viva. São história preservada. 
São símbolos do passado que nos ensinam a viver o futuro.
Qualquer tentativa de branquear a história através da eliminação de
símbolos apenas enfraquece o seu povo e a memória colectiva.
A Junta de Freguesia de Belém não admite qualquer solução que
não inclua a reabilitação dos brasões que ali existiam e que a Câmara
Municipal de Lisboa desprezou de tal forma que os desconfigurou
e estragou.
A Junta de Freguesia de Belém não permitirá que qualquer
revanchismo ideológico apague a nossa memória colectiva.
Assim, a Junta de Freguesia de Belém utilizará todos os instrumentos
legais ao seu dispor para evitar que esta decisão da Câmara
Municipal de Lisboa seja efectivada e, mais uma vez, reitera a sua
disponibilidade para assumir na plenitude, a reabilitação, gestão e
manutenção daquele espaço emblemático da Cidade de Lisboa,
da nossa Freguesia e também de Portugal.

Belém, 19 de Julho de 2016.

4 comentários:

Voz do Vento disse...

Por este andar, qualquer dia também mudam o nome de Praça do Império para Praça de qualquer coisa... De preferência, que não nos faça pensar em Império...

Navegante disse...

Mesmo ao lado, o antigo Jardim Colonial, passou a Jardim Tropical...

garina do mar disse...

outra vez!?!?!? achava que esta ideia peregrina de há uns tempos tinha caído... desta vez não há nenhum movimento contra isto?

Nautilus disse...

Isto é inacreditável! Ou seja desmantelam um jardim histórico para fazer um relvado que se vai encher de turistas a apanhar sol? A legislação dos perímetros de protecção aos monumentos não impede essas coisas?