02 fevereiro 2014

Zonas húmidas e agricultura: parceiros para o crescimento


Como 2014 foi designado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, a Convenção de Ramsar decidiu escolher como tema, para 2014, do Dia Mundial de Zonas Húmidas, "Agricultura e Zonas Húmidas".
As zonas húmidas, são ainda vistas como uma barreira para a agricultura, e continuam a ser drenadas para disponibilizar terras agrícolas. Mas cada vez é mais claro que estas áreas, para além da sua importância para a conservação e valorização da biodiversidade, também contribuem para apoiar a agricultura e o desenvolvimento rural.

A Lezíria do Tejo, que abrange áreas classificadas como Zona de Protecção Especial para a Avifauna, Sítio da Rede Natura, Reserva Natural e ainda pela Convenção de Ramsar, e localizada à porta de Lisboa! é um bom exemplo de como agricultura e conservação podem caminhar de mãos dadas. Foi interessante ouvir hoje, no Evoa, especialistas em conservação e técnicos da associação de regantes da Lezíria explicarem como trabalham em conjunto.

Mas mais interessante foi mesmo passear por lá e ver nos campos de arroz centenas de Maçaricos-de-bico-direito (Limosa limosa) a oferecerem imagens lindas, como as de cima, e outras centenas de flamingos cor-de-rosa e não só...

7 comentários:

Laurus nobilis disse...

Belos registos! Efectivamente, temos de olhar com mais cuidado para estas zonas; mas dizer que a sua preservação está em causa só por causa da agricultura, não é totalmente verdade. A pressão urbanística em determinadas zonas e o abandono a que estão sujeitas por parte dos organizmos oficiais, se calhar, são os principais problemas... Mas é claro que a agricultura e estes espaços têm e devem coexistir.

JM disse...

Sim mas temos de ter cuidado. A conservação levada ao extremo, pode acabar por ser contraproducente para a biodiversidade. Dou como exemplo as cegonhas que, em excesso, tal como já acontece em algumas regiões, acabam por dizimar toda a biodiversidade animal que exista. Depois, é fácil pôr as culpas nos agricultores...

garina do mar disse...

por isso é que a conservação e a agricultura devem andar a par!!! sobretudo no caso das zonas húmidas que têm funções muito relevantes para a protecção da água, e outras funções económicas relacionadas com o turismo e a pesca, por exemplo...
e não me parece que haja pressão da urbanização, quando muito resultante da urbanização (esgotos, mas até isso tem vindo a melhorar): é demasiado caro secar terrenos destes o suficiente para que permitam construir, já para que sejam bons solos agrícolas é relativamente fácil!!! mas pelos vistos há outros aproveitamentos agrícolas que compatibilizam as duas coisas: estas áreas nos anos 50 eram de sequeiro, agora são arrozais...

Laurus nobilis disse...

Exacto; quando falo de pressão urbanística, não me refiro exclusivamente à construção de prédios...

Voz do Vento disse...

As imagens ficaram lindas. Boa!

Nautilus disse...

Que fotografias tão bonitas! A primeira sobretudo.
E afinal não é preciso ir à Camarga para ver "montes" de flamingos :) Qual é a diferença entre os cor-de-rosa e os mais cinzentos? São juvenis?

garina do mar disse...

na Camargue não se vêem só flamingos!!!! também se vêem cavalos a correr dentro de água ;)
os flamingos a "preto e branco" são juvenis!! e estes todos aqui são pouco cor-de-rosa porque lhes falta a artémia: é quando eles comem esses crustáceos que ficam cor-de-rosa...