05 outubro 2007

5 de Outubro de 1143: o "tratado" de Zamora

Conta a História que D. Afonso Henriques, o nosso primeiro Rei, terá sido aclamado como tal, no dia da batalha de Ourique, que teve lugar a 25 de Julho de 1139.
No entanto, era importante que seu primo Afonso VII, o "imperador" da Hispânia, reconhecesse a soberania de Afonso Henriques sobre o território que governava.
Depois de várias peripécias e tentativas de acordos de paz sem muito sucesso, terá sido pedida uma "intervenção superior", através do legado papal, Guido de Vico que se deslocou à Hispânia e a Portugal em 1143.
Não se sabe se na reunião, ou "conferência", entre Afonso Henriques, Afonso VII e Guido de Vico, e que teve lugar em Zamora a 5 de Outubro de 1143, foi obtido esse reconhecimento, dado que não existe qualquer documento escrito que ateste a existência de um "tratado" de Zamora. Mas, nessa "conferência", foram produzidos pela chancelaria de Afonso VII outros documentos que dão a Afonso Henriques o título de Rei.
Assim, o "tratado" de Zamora de 1143 é considerado oficialmente como o que deu origem à "Fundação da Nacionalidade".
Apesar disso, a data de 5 de Outubro passou a ser associada a outro evento, que tenha a importância que tiver, positiva para uns, negativa para outros, e talvez até por isso, não deveria nunca fazer esquecer aquele que deveria ser o momento mais importante do Nosso País:
o dia do "reconhecimento" de Portugal como Nação Independente.
(na foto: estátua de D. Afonso Henriques, em Santarém)

14 comentários:

Laurus nobilis disse...

Em vez de se comemorar a Fundação da Nacionalidade, comemora-se a vitória numa revolução que opôs portugueses contra portugueses! Curioso é que no portal do Governo, o Tratado de Zamora também é considerado como o tratado que oficialmente deu origem à nossa independência mas, a data de 5 de Outubro de 1143 é esquecida... será que é para não perturbarem a ordem republicana vigente e não ofuscarem o 5 de Outubro de 1910? Aqui, no Milhas Náuticas, gostamos mais de comemorar Portugal enquanto Nação Independente!!!

Anónimo disse...

Então deixem-me juntar ao milhas porque eu tambem comemoro Portugal enquanto Nação Independente.JC.

A VER NAVIOS disse...

Linda lição de história para avivar as cabeças de muitos portugueses. Infelizmente muitos há que não sabem porque hoje é feriado.
O quem de aparecer é outro D. Afonso Henriques de espada em riste.

garina do mar disse...

grande Afonso Henriques... é o meu rei favorito!!!
e não sei se lhe dão o valor que merece

A VER NAVIOS disse...

Garina do Mar:
Eu dou.

garina do mar disse...

eu corrijo ;)
"e bem poucos lhe dão o valor que merece!!"

Anónimo disse...

Mais uma vez tenho que vos agradecer lembrarem-se de mim.

E pela fotografia também. Eu não era bem assim, mas gosto muito do enquadramento.

Anónimo disse...

É preciso conmemorar o dia do divorcio dos irmans?.
Eu sintome galego, español e portugues a partes iguais e doeme a tentativa (tanto polos castelana como polos portugueses) de partir a peninsula en diferentes nacions. As fronteiras son tan so liñas imaxinarias feitas polos homes . E no noso caso separan a irmans.
Apertas

garina do mar disse...

as famílias não vivem toda a vida na mesma casa!! os filhos crescem e cada um constrói a sua família e ganha a sua autonomia...
esse passo parece-me a mim que é de assinalar (e normalmente até é festejado quando há um casamento)

abraço!

Anónimo disse...

A Península Ibérica é das várias Nações que dela fazem parte... Portugal e Galiza são duas delas!

Nautilus disse...

Caro Viriato, é verdade que estes acontecimentos se deram já uns tempos depois da sua época e que na sua altura estes reinos não existiam.
Penso que então, o importante era defender a Península da ocupação romana, o que fez de forma exemplar.

Gostava por isso que explicasse um pouco mais o que entende com a sua afirmação.

Anónimo disse...

A riqueza da Península Ibérica está na diversidade ou seja, nas culturas e diferentes posturas das Nações que dela fazem parte. Recuso qualquer teoria ou tentativa de "federar" este espaço territorial. Penso, inclusive, que essa é a opinião da maioria dos povos pertencentes às grandes Nações Ibéricas excepto, é claro, de Castela/Leão, que sempre tentou conquistar e impor a unidade política à Península, ao longo de séculos. Os Romanos, no meu tempo, também o tentaram...

garina do mar disse...

não gosto dos romanos!!!

Laurus nobilis disse...

Concordo em absoluto com o Viriato e também não gosto de romanos!