19 novembro 2006

Ilha de S. Miguel (IX)

Situado na cidade de Ponta Delgada, o Jardim José do Canto é um dos últimos grandes jardins botânicos privados, plantados no séc. XIX em S. Miguel. José do Canto, uma das grandes figuras culturais da época, cuja estátua de bronze de autoria do escultor açoreano Francisco X. Costa, acolhe os visitantes, iniciou a sua plantação a partir de 1840, em terras que tinham passado de geração em geração na família, desde o séc. XV. Aumentou constantemente o projecto original do parque - de autoria do arquitecto David Mocatta, importando ao longo de meio século, espécies de todo o mundo. Foi considerado por alguns visitantes o maior jardim botânico da Europa. Tal era, por exemplo, a opinião de E. Goeze, Director Alemão do Jardim da Universidade de Coimbra que, tendo vindo a S. Miguel para recolher plantas, escreveu no seu relatório: "O Jardim do Sr. José do Canto é inquestionavelmente o mais rico de todos, tendo mais de 3.000 espécies. Nenhum dos jardins privados que conhecemos na Europa lhe pode ser comparado." O jardim, cuja vida atravessou 3 séculos, transformou-se numa verdadeira obra de arte natural. A respeito deste ilustre açoreano, também há a referir que, José do Canto, reuniu uma das melhores camonianas a nível mundial, de há muito guardadas na Biblioteca Pública de Ponta Delgada. Ele e sua mulher, D. Guilhermina Taveira, estão sepultados no extremo Norte da Lagoa das Furnas, na capela gótica de Nossa Senhora das Vitórias.

5 comentários:

tmgamito disse...

O céu lá em cima está com um ar ameaçador!!!
As árvores são impressionantes... esta aqui mais abaixo faz-me lembrar uma que vi no jardim botânico da ilha Maurícia e que eles chamavam "arbre des paroles", ou seja "das palavras" ou "das parábolas"... contavam que as pessoas (seria Jesus?) se encostavam a estas raízes muito altas e contavam histórias..
mas não sei que árvore é!

Laurus nobilis disse...

para quem não conhece, a primeira fotografia é do largo que tem, ao fundo, as primitivas portas da cidade de Ponta Delgada.

Laurus nobilis disse...

Se bem me recordo, a árvore a que te referes, é uma árvore da borracha aí com uns 200 anos...

tmgamito disse...

que hão-de ser substituídas pelas tais portas do mar que continuo sem saber o que são...
a árvore da borracha não tem o tronco direito? pelo menos a que eu tinha no jardim era assim.. se calhar depois de velhas ficam assim

Nautilus disse...

Parece interessante este jardim. Passei-lhe várias vezes à entrada mas nunca pensei em entrar. Mas a botânica não é o meu forte.